Laser, preenchimento e até peeling podem suavizar cicatrizes
Recentemente na novela “Em Família” (Globo), Virgílio, personagem vivido por Humberto Martins, se submeteu a uma cirurgia para retirar a cicatriz do rosto, provocada por Laerte (Gabriel Braga Nunes) há 20 anos, que o feriu com uma espora. O procedimento para suavizar o sinal foi um sucesso na trama das nove.
Na vida real, os tratamentos também podem ser bem sucedidos e o resultado vai depender do tipo de cicatriz: se é larga, escura, avermelhada, com baixo-relevo ou queloide [alto-relevo]. As causas --queimadura, cortes e ou acne profunda, entre outras--, assim como a cor da pele e o tempo da existência da marca, também influem no processo.
Procedimentos eficazes
“Hoje, com o uso dos equipamentos a laser, obtemos excelentes resultados na maioria dos casos, chegando muitas vezes à eliminação total do processo cicatricial. Mas não podemos esquecer que a resposta ao mesmo tratamento será sempre individual”, declara o dermatologista José Carlos Greco, de São Paulo.
Para a médica Samanta Nunes, também de São Paulo, é uma associação de técnicas que vai garantir um resultado positivo. “Para corrigir sinais de acne profunda e queimadura, os lasers de CO2 ou outros fracionados costumam ser os mais utilizados. Mas se a cicatriz for muito deprimida [de baixo-relevo], precisamos complementar com preenchimento e, às vezes, peeling para corrigir alguma alteração de cor”, diz a dermatologista.
Cicatrizes traumáticas pós-cortes ou incisão cirúrgica também podem ser melhoradas com o laser. “Os lasers com frequência Nd:Yag 1064 são menos doloridos, pois não destroem a pele, uma vez que o calor produzido pela radiação estimula colágeno. O laser CO2 pode ser aplicado com precisão apenas na linha da incisão, sem atingir tecido saudável, destruindo apenas os tecidos necrosados da cicatriz e produzindo colágeno novo”, explica José Carlos Greco.
Peelings de todo tipo podem ser boas indicações para melhorar marcas, como os de cristal, químicos, vegetais, os feitos com laser ou com luz pulsada. Pomadas e cremes também são bons coadjuvantes, por terem diversos efeitos, desde hidratação até clareamento do sinal. Também é importante proteger a cicatriz do sol para ela não ficar manchada.
Queloide
As cicatrizes inestéticas e os queloides, da mesma forma, têm tratamentos eficazes, como explica o cirurgião plástico José de Faria, professor-assistente do Instituto Ivo Pitanguy, no Rio de Janeiro: “Os queloides têm um crescimento desordenado e exagerado, mas podem ser tratados com substâncias injetáveis na cicatriz, que provocam a diminuição do volume, por inibição do processo de cicatrização. Já as cicatrizes deprimidaspodem ser tratadas com substâncias que acrescentam volume, como, por exemplo, ácido hialurônico ou gordura do próprio paciente”, diz o médico.
Procedimentos como a betaterapia --um tipo de radiação leve, sem efeitos colaterais-- também é útil nos casos de queloide, já que inibe o excesso de formação de tecido cicatricial.
Idade da cicatriz e cor da pele
O tempo de cicatriz é de grande importância para o tratamento. “Ele determina a formação total do tecido cicatricial. Quando ainda está em formação, usamos condutas preventivas para reduzir o processo. Quanto mais cedo intervir, melhor o resultado, pois a fibrose cicatricial está incompleta e, dependendo da região, menos aderida”, explica o doutor Greco.
Quanto mais escura a pele, mais propensa a queloides e a cicatrizes problemáticas. Na pele clara, a coloração avermelhada da cicatriz fica mais clara com o tempo, quase se igualando ao tom natural da pele. “Como o queloide tem relação direta com a genética, em muitos casos não tem como evitar, mas é importante saber se há predisposição familiar ou pessoal. Lembrando que, se uma pessoa tem tendência a desenvolver queloide e o remove cirurgicamente, um novo queloide pode surgir no mesmo local”, diz Samanta Nunes.
Rosto inspira mais cuidados
Por motivos óbvios, as marcas instaladas no rosto, como a que Virgílio tinha na novela “Em Família”, exigem cuidados redobrados. Por estar na área mais exposta do corpo, a estética deve ser impecável, assim como sua funcionalidade. “Uma cicatriz pode comprometer gravemente a função de órgãos próximos à região atingida, prejudicando o movimento natural da área, como, por exemplo, limitar ou impedir o fechamento ou a abertura dos olhos ou da boca. Nesses casos, o tratamento tem uma conotação mais funcional do que estética”, finaliza o cirurgião plástico, José de Faria.
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