Recursos para evitar parto prematuro são mal utilizados
Pesquisadores constataram que, todo ano, aproximadamente um milhão de crianças morre no mundo inteiro após nascer prematuramente, e que duas estratégias eficazes para impedir as mortes são em grande medida subutilizadas.
Antes do parto, injeções de corticoides ajudam os pulmões do feto a amadurecer e a reduzir a dor respiratória, mortalidade e infecções nas primeiras 48 horas após o nascimento. Remédios para retardar o parto podem conferir mais tempo para que os corticoides funcionem e permitam a transferência para um ambiente no qual o tratamento intensivo esteja disponível, se for o caso.
Contudo, o maior estudo a examinar a utilização desses medicamentos em âmbito mundial, incluindo dados de 359 unidades de saúde em 29 países, constatou que somente 18% das mulheres em trabalho de parto prematuro espontâneo receberam os dois tratamentos, sendo que 42% não tiveram acesso a nada. O estudo foi divulgado, neste mês, na publicação "The Lancet".
"O emprego atual de corticoides neonatais é muito baixo, sendo necessária mais pesquisa para compreender por que e como esse pode ser aprimorado", afirma o médico Joshua Vogel, principal autor do estudo e diretor técnico do Departamento de Pesquisa e Saúde Reprodutiva da OMS (Organização Mundial de Saúde).
O uso de medicamentos para retardar o parto, conhecidos como tocolíticos, é mais controverso. "Apesar de um grande número de testes, não ficou claro se os remédios para evitar o parto prematuro melhoram o cenário para o bebê", diz Vogel.
O estudo constatou que a utilização dessas drogas era não frequente e, quando eram administradas, as menos eficientes ou potencialmente menos nocivas eram mais utilizadas.
Por exemplo, drogas betamiméticas, como a terbutalina, costumam ser dadas a mulheres em trabalho de parto prematuro, embora esses medicamentos tenham mais efeitos colaterais, como dor no peito e dificuldade respiratória. Já a nifedipina, bloqueador de canal de cálcio, é o medicamento recomendado, de acordo com Vogel.
Ainda segundo o médico, igualmente preocupante é o fato de mais de um terço das mulheres em trabalho de parto prematuro terem recebido tratamentos ineficazes, como o repouso.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.