Topo

Seis dicas para quem deseja consumir moda de uma maneira mais consciente

Carolina Maggi

Do UOL, em São Paulo

17/09/2014 07h05

Que os brasileiros adoram consumir moda não é novidade. Isso fica claro com a chegada de fast fashions estrangeiras, como a Forever 21, que formou filas enormes nas suas lojas durante um bom tempo após a sua inauguração em shoppings em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Entretanto, há cada vez uma maior necessidade de se mudar a maneira como as pessoas consomem moda, transformando o comprador impulsivo em um consumidor consciente --aquele que leva em consideração questões ecológicas, sociais e econômicas na hora de adquirir uma peça.

“Não é fácil ser um consumidor consciente em um mundo como o de hoje. Temos um modelo de produção que faz muito sucesso, o fast fashion, e nessa dinâmica, a produção de roupas (e, também, o descarte) acontecem em um ritmo muito acelerado”, explica Patricia Saito, autora do site Costura Sustentável.

Por isso, saber exatamente do que se precisa e conhecer bem o estilo pessoal é importante e conta muito na hora de ir às compras. “Ser um consumidor consciente de moda é conhecer seu guarda-roupa, conhecer os valores de elegância que deseja seguir e comprar somente se for estritamente necessário”, define Patrícia Sant’Anna, diretora de pesquisa da empresa Tendere - Tendências e Soluções em Moda. Veja, a seguir, seis dicas para consumir moda de maneira consciente:

1) Estude seu guarda-roupa
“Conhecer seu guarda-roupa em profundidade e saber como combiná-lo em diversas composições é essencial, pois isso significa que não terão peças que você não usa”, ensina Patrícia Santa’Anna. “Verifique, anualmente, o que vai continuar no seu guarda-roupa ou que vai se modificar e o que vai para revenda, troca ou doação”, acrescenta. Para isso, é necessário ter autocrítica e saber o que realmente vai ser usado.

2) Não se desfaça de peças à toa
“Tenha o hábito de não se desfazer de peças, ao contrário, tenha como costume modificá-las, adequá-las a novos códigos de elegância e padrões de moda”, explica a pesquisadora Patrícia. Por isso, saber costurar ou ter uma costureira de confiança é uma boa saída para mudar uma peça e fazer com que ela tenha uma sobrevida no armário.

3) Não compre por impulso
Uma das grandes tentações é a compra por impulso. Isso pode acarretar em um guarda-roupa cheio de peças que foram pouco ou nunca usadas. “Compre roupas quando for necessário, para repor algum item ou para alguma ocasião fora do comum que exija uma peça específica. Um hábito é ter data para comprar roupas, por exemplo, duas vezes ao ano", diz Patrícia. E acrescenta: "Quando for inevitável comprar peças novas, dê sempre preferências às de boa qualidade e sustentáveis.”

4) Conheça o modo de produção das marcas
Informar-se sobre o processo de produção das roupas e matérias-primas utilizadas é uma forma interessante de garimpar roupas. “Algumas marcas de moda já estão bastante avançadas em pesquisas e escolhem matérias-primas e modelos de produção sustentáveis. Ainda que não tenhamos um número alto de negócios com esse perfil, vale pesquisar quais são e valorizá-los, pois estão apostando em formatos inovadores”, indica Patrícia Saito, do Costura Sustentável.

5) Participe de grupos de trocas ou vendas de roupas
É importante ter como hábito participar de trocas de roupas com as amigas ou conhecidas. Muitas pessoas também montam bazares para vender as peças que não usam mais, mas que ainda teriam muito tempo de vida útil para outra pessoa. “Não é apenas para construir um estilo vintage; é para comprar peças seminovas que alguém não quer mais, mas você quer”, conta Patrícia Sant’Anna. Além disso, procurar peças em brechós também pode ser uma boa pedida. “Eu costumo garimpar bastante em brechó e acabei montando um dentro de um salão de beleza. Agora boa parte das minhas roupas vai para novas pessoas e sempre consigo peças incríveis em bazares ou com outros fornecedores”, confessa Patricia Saito

6) Conheça o histórico da marca
Buscar informações sobre o histórico da marca é importantíssimo na hora de saber de onde vem aquilo que está comprando. “Quando possível, acesse sites, redes sociais e faça buscas sobre determinada marca ou produto que deseja comprar. Você pode descobrir problemas mais graves, como posicionamentos que ferem a ética ou até mesmo reclamações de outros consumidores que irão ajudar a ter uma escolha mais consciente”, explica Patricia Saito. “A ONG Repórter Brasil também lançou um aplicativo, o Moda Livre, que lista várias empresas e sua conduta em episódios de trabalho escravo. Tudo isso está do lado do consumidor”, finaliza.