Sabia que é possível dar uma forcinha para o organismo feminino e aumentar as chances de ter um bebê? Segundo especialistas em fertilidade, fazer acupuntura, dar preferência a alimentos orgânicos e ingerir menos carboidratos podem ajudar. "Quando a mulher não está conseguindo engravidar, tudo vale a pena e qualquer detalhe é importante", afirma Arnaldo Schizzi Cambiaghi, especialista em medicina reprodutiva e diretor do centro de reprodução humana do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia). Veja a seguir quatro maneiras de turbinar a fertilidade.
Dieta balanceada
Equilíbrio é a palavra-chave da alimentação. Um estudo do Instituto de Medicina Reprodutiva Delaware, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, avaliou a dieta de 120 mulheres que estavam fazendo tratamento de fertilização in vitro e concluiu que, quando a ingestão de proteína era superior a 25% da dieta e a de carboidratos inferior a 40%, a taxa de gravidez clínica subia para 80%. Mas, cuidado, cortar totalmente os carboidratos também não é saudável.
"Uma dieta balanceada é o ideal. Reduzir carboidrato e gordura pode ajudar aquela mulher com obesidade e sobrepeso a ovular melhor e engravidar", afirma Alfonso Massaguer, ginecologista e obstetra, professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) e diretor clínico da Clínica Mãe, ambas em São Paulo.
Estar em dia com a balança é importante para quem quer engravidar. "Existe uma relação entre quantidade de alimento disponível e fertilidade. Quando há excesso ou falta de alimento, há um desequilíbrio do organismo, e os hormônios da ovulação não são produzidos adequadamente. Perder 5% de peso já gera um impacto positivo", afirma Gustavo Arantes Rosa Maciel, ginecologista do laboratório Fleury Medicina e Saúde.
Alimentos orgânicos
Quanto mais natural melhor, porque alimentos que contêm agrotóxicos e outras substâncias químicas e industrializadas podem piorar a fertilidade. Um estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, feito com mais de 18 mil mulheres, mostrou que, para cada 2% de aumento no consumo de gorduras trans, houve um aumento de 73% no risco de infertilidade ovulatória.
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No caso dos produtos com agrotóxicos, o problema são as dioxinas, presentes em herbicidas e inseticidas. "A dioxina afeta a fertilidade, isso é comprovado cientificamente. Os alimentos orgânicos têm um espaço interessante, porque não contêm substâncias presentes naqueles produzidos em larga escala com agrotóxicos", diz Gustavo Arantes Rosa Maciel. O preço desse tipo de produto ainda é elevado no Brasil, mas uma boa alternativa é comprar diretamente dos produtores.
Acupuntura
Usada de rotina em outros países, essa terapia complementar ajuda a aliviar as tensões de quem está tentando engravidar e, consequentemente, tem um impacto positivo na fertilidade. "A ansiedade e o estresse aumentam a quantidade de cortisol no sangue, o que prejudica o perfil ovulatório", declara Gustavo Arantes Rosa Marciel. Uma pesquisa do Instituto Christian Lauritzen, na Alemanha, acompanhou 160 mulheres em tratamento de reprodução assistida e constatou que 42,5% das que fizeram acupuntura conseguiram engravidar. No grupo das que não fizeram, apenas 26,3% engravidaram.
A prática também pode melhorar a vascularização do útero. "Estudos clínicos demonstraram que pacientes portadoras de infertilidade primária, com síndrome de ovários policísticos e com aumento do nível de testosterona, após o tratamento de três meses com acupuntura, tiveram melhora do fluxo menstrual e aumento da espessura do endométrio, demonstrando o efeito da técnica no eixo hipotálamo-hipófise-ovário", afirma Arnaldo Schizzi Cambiaghi em seu livro “Fertilidade Natural” (LaVidapress).
Sol (vitamina D)
Muitas pesquisas já mostraram que a vitamina D, presente nos raios solares, tem uma função importante na concepção. Um estudo feito no Hospital Maggiore Policlinico, na Itália, neste ano, avaliou o sucesso da fertilização in vitro em 181 mulheres com níveis bons de vitamina D e 154 mulheres com níveis baixos da vitamina e concluiu que o primeiro grupo tinha quase o dobro de chance de engravidar do que o segundo.
"A vitamina D é necessária para a produção de hormônios responsáveis pela ovulação e por isso afeta a fertilidade", diz Gustavo Arantes Rosa Maciel.