Escova facial para limpar a pele é melhor do que sabonete?
Se você não vê a hora de experimentar uma escova de limpeza facial, vá com calma. É que, dependendo do tipo de pele, da frequência de uso, da força empregada no esfrega-esfrega e da presença de lesões, sejam elas provocadas por acne, dermatite, queimadura ou creme à base de ácido, o acessório pode causar mais estrago do que benefício. “A utilização indiscriminada da escova de limpeza, seja ela manual ou eletrônica, pode deixar o rosto sensível e, com isso, mais propenso a ter reações alérgicas a produtos tópicos, como protetor solar, hidratante, maquiagem ou até mesmo cremes prescritos por médicos. Pode acontecer também da escovinha remover mais oleosidade do que deveria, o que acaba estimulando o organismo a produzir mais gordura para evitar um possível ressecamento, o chamado efeito rebote”, avisa o dermatologista Renato Lima, da Clínica Ferolla Médicos Associados, em São Paulo.
A dermatologista Mônica Linhares Lima, da clínica Espaço Saúde Rio, no Rio de Janeiro, lembra que tanto a escova eletrônica quanto a manual deve ser encarada como uma ferramenta a mais na higienização do rosto. “Enquanto o sabonete, o gel e a musse de limpeza promovem uma ‘faxina’ química, ou seja, feita com a ajuda de ácidos e detergentes, por exemplo, a ‘faxina’ da escova é mecânica. Outro exemplo de que eles se complementam é que o cosmético ajuda no deslizamento das cerdas no rosto”, diz a especialista.
Eletrônica versus manual
A capacidade que a versão high-tech tem de limpar a pele a fundo se deve à rápida vibração das cerdas (entre 150 e 300 oscilações por segundo), o que facilita não só a saída da oleosidade de dentro dos poros como também de impurezas, resquícios de maquiagem e células mortas. “Apesar de não haver nenhum estudo científico que comprove que a higiene feita com a escova eletrônica seja mais efetiva do que a do sabonete e do tônico facial, ela pode ser uma opção para a mulher que não é muito disciplinada com os cosméticos ou tem uma vida muito corrida”, afirma Renato Lima.
Outra vantagem da escova eletrônica, segundo a dermatologista Marina de Souza Barletta, da Mais Excelência Médica, em São Paulo, é que ela promove uma esfoliação mais uniforme – apesar de que a pressão das cerdas sobre o rosto é a mesma, pois tem a ver com o jeito que a pessoa aplica a escova na pele. “Além disso, dependendo do equipamento escolhido, as cerdas costumam ser mais macias e podem ser trocadas de acordo com o tipo de pele”, completa a médica. Do outro lado da balança está o custo: enquanto o preço das escovas manuais gira em torno de oito reais, o das eletrônicas pode chegar a 200 dólares, quando comprada em sites internacionais, ou ultrapassar os 350 reais, no caso de optar por uma marca vendida no Brasil.
Para ficar apenas com a parte boa das escovas, quem tem a pele seca ou sensível deve usá-las apenas uma vez por semana. Se for normal ou madura, de uma a duas vezes, e se for oleosa, três vezes. Independentemente do tipo de pele, o acessório deve ser passado no rosto molhado, com movimentos circulares suaves e não deve ficar mais do mais do que vinte segundos na testa, vinte no nariz, dez em cada bochecha e dez no queixo.
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