Após a passagem do bebê pelo canal de parto, a mulher pode sentir que a região sofreu algum grau de estiramento. Em muitos casos, com o passar das semanas, a sensação pode desaparecer, já que a vagina tem uma condição natural de elasticidade, que permite que o órgão volte ao tamanho normal. No entanto, quando a distensão é consequência do rompimento de alguma fibra muscular, a mulher terá de recorrer a tratamentos para reverter o quadro.
A técnica mais moderna, considerada pelos médicos como a menos invasiva, é feita com um laser capaz de atingir camadas profundas do aparelho genital feminino. “A aplicação é feita dentro da vagina, por meio de uma ponteira especial. A emissão da luz estimula o epitélio vaginal e a formação de colágeno”, explica o ginecologista Eduardo Tomioka, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
O procedimento é realizado após a aplicação de um creme vaginal anestésico, 30 minutos antes da sessão, o que torna o processo indolor. “No período pós-laser, pode haver um leve desconforto, uma ardência semelhante à sensação de pele exposta ao sol. O incômodo pode ser controlado com o uso de pomadas e a realização de duchas higiênicas”, afirma o ginecologista Paulo Guimarães, membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina.
Os profissionais explicam que são necessárias, em média, de duas a três sessões, feitas com um intervalo de quatro a seis semanas, para chegar a um bom resultado final. “A experiência clínica mostra que mais de 80% das mulheres têm recomendação para duas sessões”, diz Guimarães. Cada sessão dura de 15 a 20 minutos e custa em torno de R$ 2.500 a R$ 3.000.
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Embora a intervenção não tenha contraindicação, e possa ser feita 40 dias após o parto, o aval de um médico é fundamental para aderir ao tratamento. “O laser só não pode ser aplicado quando há sangramento ou infecções”, diz Tomioka. A recuperação exige um período de sete a dez dias de abstinência sexual.
Cirurgia e prevenção
De acordo com o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli, da Maternidade Pro Matre Paulista, o laser costuma ser indicado para casos de estiramentos leves ou moderados. Quando o alargamento é maior, e é acompanhado de incontinência urinária, a cirurgia é mais eficiente.
O laser é indicado para quem sofre de estiramento leve ou moderadoGetty Images
Na chamada perineoplastia, os médicos fazem um corte dentro do canal vaginal para apertar a musculatura pélvica, de modo que seja recuperado o tônus apresentado no período anterior ao parto.
Segundo os especialistas, tanto o laser quanto a cirurgia podem ser evitados se, durante a gravidez, a mulher se submeter a sessões de fisioterapia pélvica. Por meio de exercícios cuja base é a contração muscular, o tratamento fortalece o assoalho pélvico que, por sua vez, ajuda na sustentação da bexiga, do útero e do intestino, além de controlar o fechamento do ânus, da vagina e da uretra.
“A fisioterapia durante a gravidez ensinará a mulher a fazer a expulsão do bebê durante o parto normal, de modo a evitar lesões no períneo e afrouxar os ligamentos e músculos que suportam os órgãos internos. Isso vai evitar tanto incontinências urinária e fecal quanto outras consequências negativas para a vida sexual”, diz a fisioterapeuta Maura Regina Seleme, diretora da Associação Brasileira de Fisioterapia Pélvica.