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Mulheres contam como a plástica vaginal mudou suas vidas

Cirurgia estética vaginal que diminui os lábios é rápida e quase indolor - Getty Images
Cirurgia estética vaginal que diminui os lábios é rápida e quase indolor Imagem: Getty Images

Marina Oliveira e Amanda Sandoval

Do UOL, em São Paulo

27/04/2015 15h51

A fisioterapeuta Luana*, 29 anos, percebeu, ainda na adolescência, por volta dos 14, que os pequenos lábios de sua vagina cobriam os grandes lábios, o que é incomum na anatomia do corpo feminino. Por causa do tamanho aumentado do órgão, sempre que fechava as pernas ela sentia um incômodo.

A hipertrofia dos pequenos lábios vaginais, como é chamado o problema, sempre foi motivo de constrangimento para a fisioterapeuta, que não se sentia confortável em se trocar na frente das amigas nem da própria mãe. Conversar sobre o assunto, então, era impossível. “Quando eu usava biquíni, ficava o tempo todo preocupada, porque marcava a calcinha. Mas nunca tive coragem de falar sobre essas questões com ninguém. Só consegui me abrir com o meu marido e com a minha médica”, diz.

"Muitas mulheres têm receio de aparecerem nuas na frente do companheiro, o que pode atrapalhar bastante o relacionamento”, explica a cirurgiã plástica Eliane Hwang Dietrich, que atua no hospital São Cristóvão e no Hospital São Paulo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

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Era o que acontecia com Luana que, durante as relações sexuais, preferia manter as luzes apagadas. “No momento em que meu marido me olhava, eu ficava envergonhada. Não conseguia me sentir à vontade”, afirma. “Eu cheguei a descartar a hipótese de ter um parto normal, quando engravidasse, por vergonha de ficar muitas horas em uma posição em que todos olhariam para a minha vagina”, declara.

Para acabar com tanta insatisfação, há três meses ela passou por uma cirurgia plástica e reduziu os pequenos lábios. Agora, prepara-se para engravidar.

Não é só estética

Outra queixa das mulheres com hipertrofia dos pequenos lábios é a dor durante a relação sexual. O incômodo ocorre por causa do excesso de pele pode entrar no canal vaginal durante a penetração. Era esse o caso da psicóloga Leila*, 46 anos, que realizou a cirurgia para a redução dos pequenos lábios há nove meses. “Machucava durante a relação e também quando eu ficava muito tempo sentada. Em viagens longas, por exemplo, eu chegava ao destino toda dolorida. Eu tinha de ajeitar o lábio para dentro para amenizar”, diz.

Leila percebeu a hipertrofia aos 25 anos, após uma consulta ginecológica. Na época, a descoberta não a incomodou. No entanto, com o passar dos anos, a pele da região íntima tornou-se mais flácida e aumentou de tamanho. Foi aí que ela resolveu operar.

Com a advogada Maísa*, 54 anos, ocorreu algo parecido. Ela notou o tamanho avantajado dos pequenos lábios ainda na adolescência, mas, inicialmente, não se incomodou. “Naquele tempo, não se falava sobre isso. Eu simplesmente não sabia que poderia melhorar o aspecto da minha vagina”, diz. Mas, conforme ela foi envelhecendo, os pequenos lábios aumentaram mais e escureceram um pouco.

 

“Os ginecologistas diziam que era besteira operar e o meu marido também nunca se importou. Mas aquilo me incomodava e, por isso, eu insisti na cirurgia plástica”, conta Maísa, que fez o procedimento há três semanas.

Rápido e quase indolor

A operação plástica que reduz o tamanho dos lábios vaginais chama-se ninfoplastia e é considerada simples. Exige apenas anestesia local e sedação. “Fazemos pontos que caem sozinhos e a cicatriz é quase imperceptível. Geralmente, após um mês, a mulher pode voltar a ter relações sexuais”, diz o cirurgião plástico Luis Henrique Ishida, diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

"O incômodo após a cirurgia praticamente não existe, se comparado ao bem-estar que a mudança provoca”, diz Maísa. Luana concorda. Uma semana após o procedimento, a fisioterapeuta já estava trabalhando e, 45 dias depois, retomava a atividade sexual com o marido. Dessa vez, com a luz acesa. “Para o meu marido não mudou nada, mas, para mim, mudou muito. Eu me sinto melhor, mais confiante e segura”, diz a fisioterapeuta.

*Os nomes foram trocados a pedido das entrevistadas