Da cerca à blindagem, saiba mais sobre como utilizar segurança residencial
A cada ano, novos recursos tecnológicos e serviços são desenvolvidos para prover maior proteção às residências. Alarmes com monitoramento 24 horas, circuitos fechados de televisão, barreiras perimetrais, porteiros eletrônicos com câmera de vídeo e biometria são alguns desses dispositivos.
Só que apenas investir em uma sofisticada parafernália tecnológica não garante, necessariamente, que os malfeitores ficarão do lado de fora. Quando mal adquiridos, mal instalados e/ou mal administrados, esses equipamentos resultam em dinheiro jogado fora e, pior, na exposição a riscos.
Por isso, antes de escolher um método para a proteção da sua casa é preciso compreender as características e necessidades do local. "Tome cuidado para não subdimensionar e nem superdimensionar a tecnologia a ser usada e adquira itens que tenham fácil manutenção", recomenda o oficial da Polícia Militar do Estado de São Paulo e consultor de segurança José Elias de Godoy.
Como comprar
Selma Migliori, presidente da Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança), reforça que segurança eletrônica não é mercadoria que se compre ‘no balcão’. A entidade, inclusive, disponibiliza um guia para a orientação do consumidor. "A aquisição de um equipamento de segurança deve ser antecedida pela visita de um técnico ao local de instalação para avaliar as condições e necessidades específicas do lugar. Com base nas informações coletadas, um projeto é elaborado para prever vários níveis de soluções, das mais simples às mais sofisticadas", explica.
A dica é procurar referência sobre os serviços prestados pela empresa a ser contratada. Também é recomendável incluir no contrato um plano de manutenção preventiva e verificar, antecipadamente, qual a eficiência do atendimento prestado no pós-venda. "Além disso, ao comparar custos, não se deve levar em consideração somente o preço do serviço em si, mas a relação custo-benefício oferecida", destaca Migliori.
Conhecimento técnico
Escolher um alarme ou uma câmera para o circuito-fechado de TV (CFTV) requer conhecimentos específicos que, na maior parte das vezes, o usuário comum não tem. Por exemplo, o alarme indicado para uma área semiaberta (varandas) é diferente daquele utilizado em ambientes internos. Assim, a aquisição de um modelo inadequado acaba por resultar em disparos indevidos e na perda de credibilidade do sistema. Da mesma forma, a câmera de monitoramento instalada na entrada da garagem deve ter propriedades específicas para esse tipo de aplicação (lente com auto-íris, por exemplo) para ajustar-se à luz proveniente dos faróis. Instalar outro tipo de câmera nesse tipo de situação pode fazer com que as imagens obtidas sejam inúteis para possíveis reconhecimentos de pessoas e placas.
Cerca elétrica e perimetral
A escolha do melhor equipamento de segurança perimetral depende fundamentalmente das características do local e das exigências do proprietário. Barreiras invisíveis que funcionam por infravermelho são mais utilizadas por quem busca pouca interferência na arquitetura. As cercas elétricas são mais comuns, baratas e ostensivas.
Mas seja qual for a tecnologia, o equipamento precisa ser produzido e instalado segundo as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). No caso das cercas elétricas, elas devem estar à altura mínima de 2,5 m e ser devidamente identificadas.
Porteiro eletrônico
Equipamento essencial para a proteção da casa, o porteiro eletrônico "é um meio de comunicação para auxiliar no controle de acesso à distância e não há impedimentos para o uso”, comenta Godoy. Segundo ele, os modelos que vêm com câmera instalada são os mais seguros, mas a eficiência do equipamento pode ser comprometida, se o usuário não for cauteloso: não adianta, por exemplo, instalar o aparelho e deixar a porta destrancada.
Sensores de presença e alarmes
Os sistemas de alarme são conjuntos de detectores de intrusão e dispositivos de controle, gerenciados por centrais. A eficácia de um desses sistemas depende principalmente da qualidade do serviço de monitoramento 24 horas ao qual está atrelado. De pouco adianta o alarme disparar e a central demorar a atender ao chamado. Para especificar qual o tipo mais indicado a casa, porém, faça uma análise de risco do local que detecte suas vulnerabilidades e elabore um projeto exequível, que não transforme o lar em prisão, sempre contando com apoio técnico.
Sistema de CFTV (circuito fechado de TV) ou videomonitoramento
Trata-se de um conjunto de equipamentos e dispositivos que captam imagens e as transmitem para a observação e o gerenciamento locais ou feitos remotamente. Em muitos casos, esses sistemas são instalados apenas para dissuadir os bandidos, mas quando estão integradas a uma central de monitoramento 24 horas, tendem a ser mais eficientes. Para evitar jogar dinheiro fora, inspecione e faça a manutenção periódica dos equipamentos. E, atenção, ao escolher as câmeras certifique-se de que as imagens gravadas, tenham qualidade mínima para o reconhecimento.
Biometria para a abertura de portas
As leitoras biométricas concedem ou negam acesso a portas e portões com base na análise das digitais, por exemplo.
Trata-se de um recurso de proteção interessante, que tende a se tornar cada vez mais solicitado, pois os modelos ganham a cada dia mais confiabilidade e detêm índices de falhas baixos. A biometria pode ser acoplada a fechaduras para abertura da porta principal de casas , mas o custo ainda é alto.
Blindagem arquitetônica
Bastante recomendada para guaritas de edifícios, a blindagem arquitetônica pode ser utilizada também em residências, mas trata-se de uma solução de alto custo (a partir de R$ 10 mil). É possível blindar portas, janelas e, até, paredes. Mas antes de contratar esse tipo de serviço, é necessário certificar-se de que a empresa possua certificações de qualidade (ISO, por exemplo) e se a blindagem oferecida possui proteção balística homologada pelo Exército Brasileiro. A blindagem é uma solução de segurança considerada "avançada", que deve ser precedida da instalação de outros equipamentos, como alarmes e câmeras de monitoramento.
Fontes: José Elias de Godoy, consultor de segurança; Selma Migliori, presidente da Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança), Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Leitura sugerida: Cartilha de Segurança Condominial do Secovi.
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