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Evitar fofocas e ser cordial ajudam a construir boas relações no trabalho

Mais do que fazer contatos (o tão falado "networking"), é preciso zelar por eles - Getty Images
Mais do que fazer contatos (o tão falado "networking"), é preciso zelar por eles Imagem: Getty Images

Heloísa Noronha

Do UOL, em São Paulo

10/07/2015 07h25

Em uma época em que as pessoas dificilmente constroem uma carreira de anos em uma mesma empresa, cultivar boas relações é fundamental. Fofocas, implicâncias ou antipatias nem sempre têm consequências imediatas, mas vale a reflexão: e se daqui a alguns meses você trocar de emprego e topar, na nova equipe, justamente com aquele colega com quem são se dava bem e o qual tratou diversas vezes com grosseria ou desdém? E, o pior dos pesadelos, agora ele tem um cargo superior ao seu ou é seu chefe direto.

Mais do que fazer contatos (o tão falado “networking” no jargão das empresas), é preciso zelar por eles, diariamente. “Ter uma carreira de sucesso está intimamente ligado às boas relações e à avaliação que os outros têm do profissional”, afirma Janaína Ferreira, professora de liderança e carreira da faculdade Ibmec, no Rio de Janeiro.

Segundo Janaína Ferreira, professora de liderança e carreira da faculdade Ibmec, no Rio de Janeiro, quem se depara com um antigo desafeto na equipe ou em um cargo de chefia deve sempre manter a serenidade e evitar o conflito, mesmo que não seja responsável pela situação.

Tentar evitar ao máximo o colega por temer uma represália ou adotar uma atitude defensiva não são os melhores caminhos. Se você, de alguma forma, desrespeitou a pessoa no passado, saiba que nunca é tarde demais para reconhecer o equívoco e pedir desculpas. “Você terá feito a sua parte e deixará um registro positivo na pessoa ofendida, mesmo que ela não perdoe”, fala Janaína.

O ofendido também pode tomar a iniciativa e procurar conversar com o colega, exercitando a empatia. “Na maioria das vezes, as pessoas que nos magoaram não o fizeram de propósito, mas por descuido. Lembre-se de que todos nós temos limitações e cometemos enganos e, portanto, o dia em que também precisaremos ser perdoados chegará”, diz Janaína.

“Se acontecer de os vínculos hierárquicos se inverterem, é claro que a situação pode ficar muito difícil para o chefe que foi desrespeitoso ou cruel. Por isso, seja qual for a função, procure sempre tratar os demais como gostaria que tratassem você”, declara Rita Ritz, mestre em qualidade, especialista em desenvolvimento organizacional e professora da IBE-FGV (Institute Business Education – Fundação Getulio Vargas).

Uma das principais medidas para moldar uma boa imagem é, de acordo com Fátima Mangueira, diretora da Mira RH, empresa de gestão em recursos humanos do Rio de Janeiro, evitar falar mal de quem trabalha com você, seja para colegas da empresa ou entre pessoas da mesma área. As conversas correm e, para seu prejuízo, podem ser distorcidas.

“Se tiver problema com algum colega ou quiser fazer alguma crítica, seja objetivo e o chame para uma conversa esclarecedora”, fala. Também é importante manter a neutralidade quando vierem falar mal de alguém para você. Evite fazer comentários que possam ser utilizados de forma desleal e desrespeitosa.

E, por último, quando ouvir um comentário negativo sobre uma pessoa, avalie antes de tudo se essa conversa agrega alguma coisa, se prejudica alguém ou a empresa e, mais uma vez, como você se sentiria se isso fosse dito sobre você.

Não aja como interesseiro

O modo de fazer “networking” é outro ponto que merece atenção. De acordo com a consultora Tali Alkalay Brenman, fundadora da Etz Coaching e Orientação de Carreira, de São Paulo, muitas pessoas só se lembram de acionar a rede de contatos quando precisam de ajuda, buscar um novo emprego ou divulgar o currículo, mas a necessidade de cultivar boas relações e de haver trocas de ambas as partes é diária.

“Acionar o outro só em momentos de desespero pode parecer interesseiro demais. Nunca se sabe em que momento podemos cruzar ou reencontrar com as pessoas na vida e a reputação profissional é algo que se constrói lentamente, desde o começo da carreira, lá na faculdade”, diz.