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Fãs se maquiam por modelo com vitiligo e são acusados de fazer blackface

Chantelle Winnie defendeu os fãs. "Vi como uma celebração, um elogio", ela escreveu em seu Instagram - Getty Images
Chantelle Winnie defendeu os fãs. "Vi como uma celebração, um elogio", ela escreveu em seu Instagram Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

25/08/2015 13h01

Parte da campanha da Diesel e La Roche Posay, Chantelle Winnie, mais conhecida como Winnie Harlow, é uma modelo negra com vitiligo que ganhou vários fãs por seu discurso positivo sobre a aparência. Porém, uma homenagem a ela não foi muito bem aceita. 

Admiradores da modelo começaram a se maquiar para imitar o padrão de manchas do rosto dela. No entanto, algumas pessoas acharam o ato ofensivo, já que a maioria dos fãs teve que escurecer a pele, o que pode ser interpretado como "blackface" (Rosto preto, em tradução literal)-- ato de se pintar para imitar traços afro-descendentes -- e apropriação da cultura negra. 

Vendo as críticas, Chantelle saiu em defesa de seus admiradores. "Toda vez que alguém quer lábios mais grossos não significa que nossa cultura está sendo roubada. Você já parou para pensar que tudo isso costumava ser ridicularizado e agora é desejado?", a modelo escreveu em seu Instagram. "Eu aprecio muito o que essas pessoas estão recriando, admirando e divulgando algo que no passado pelo qual eu chorava até dormir", ela finalizou. 

No entanto, em vez do "textão" acalmar os ânimos, as críticas só se tornaram mais duras e tinham a própria modelo como alvo. Internautas contrários às imagens disseram que ela tinha passado por uma "lavagem cerebral", que ela não entendia do que estava falando e que "nem negra" ela era. 

Diante de tantas mensagens, Chantelle publicou outra mensagem nesta segunda-feira (24). "Não estou tentando dizer que blackface é OK, ou agir como se nosso povo não tenha passado pelo inferno e sobrevivido para então ver sua cultura roubada. Mas essa situação não tem nada a ver com negros ou brancos. Todas as raças recriaram o padrão da minha pele e quando eles fizeram isso, foi como um elogio, foi uma celebração. Isso não é apropriação", ela rebateu.