Inventado em 1930, coletor menstrual conquista popularidade
Apesar de ter sido inventado na década de 1930, o coletor menstrual ganhou popularidade nos últimos anos, sobretudo por causa do seu apelo ecológico. Feito de silicone, o recipiente parece um copinho de plástico e deve ser posicionado na entrada da vagina para coletar o sangue da menstruação.
O acessório é reutilizável e pode durar até dez anos. Além dos benefícios ao meio ambiente, já que evita o descarte de absorventes, o método também traz vantagens para a saúde e gera economia a longo prazo.
O valor médio é de R$ 70 a R$ 180, conforme a marca e o modelo. Para a pedagoga Rosane de Souza Araújo Peixoto, 47, adepta do coletor há um ano, o retorno do investimento não demorou a acontecer. Como tinha o fluxo menstrual bastante intenso, ela costumava usar simultaneamente absorvente interno e externo do tipo noturno. Além de gastar menos, Rosane se livrou também da alergia aos produtos. “Nem percebo que estou usando, é muito prático, eu me adaptei bem mais rápido do que imaginava”, conta.
O recipiente comporta um volume até três vezes maior do que o absorvente interno e é vendido em dois tamanhos diferentes para melhor adaptação à anatomia e à quantidade de fluxo de cada mulher. Na tentativa de resolver os vazamentos frequentes, a estudante Lígia Aparecida da Silva Gama, 33, decidiu testar o método há quatro meses. “Não tive mais esse problema, achei muito mais higiênico”, diz.
Apesar da maior capacidade, a médica ginecologista Patrícia de Rossi, professora de medicina da Uninove (Universidade Nove de Julho) e membro do conselho editorial da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), orienta que o coletor deve ser esvaziado no mesmo intervalo em que a mulher trocaria o absorvente. “Nos dias de fluxo mais intenso, isso pode ser de duas a quatro horas, reduzindo-se para seis a oito horas nos dias de menor fluxo”, fala. Recomenda-se que o intervalo não seja superior a 12 horas. A mulher pode usá-lo durante a noite também.
Entre as vantagens do copinho menstrual, a ginecologista destaca a segurança para a saúde no caso de alergia e para a prática de atividades esportivas com movimentação intensa, além do fato de eliminar a compra de absorventes de diferentes tamanhos ou graus de absorção em cada fase do período.
Contraindicações e dificuldades
O método tem poucas contraindicações. O recipiente não é recomendado para mulheres virgens, já que existe o risco de rompimento do hímen. Além disso, não deve ser utilizado quando existir a presença de infecções. “Mulheres com problemas motores, alterações na vagina ou vulva podem ter alguma dificuldade no uso desse dispositivo”, diz a médica Patrícia de Rossi.
A principal queixa costuma ser a dificuldade de inserir o coletor na vagina, além do receio que algumas sentem ao manipular a própria genitália nesse período. O copo é macio, flexível e deve ser dobrado para se encaixar na entrada vaginal, formando um vácuo que impede a passagem de ar e segura os vazamentos. “Se corretamente posicionado, no terço médio da vagina, não vai incomodar, cair com a movimentação corporal ou vazar”, fala a ginecologista.
A maioria dos dispositivos têm uma haste para facilitar a retirada, porém, às vezes, ela causa desconforto e pode ser cortada sem prejudicar a correta utilização do produto. “Achei bem fácil de colocar e tirar, eu mesma nunca tinha me acostumado com absorvente interno”, afirma Lígia Gama.
Principais cuidados
Antes de introduzir o coletor, deve-se lavar bem as mãos com água e sabão. A cada vez que for esvaziado, o copinho também precisa ser higienizado. Quando não houver essa possibilidade, como no caso de se usar em banheiros públicos, recomenda-se enxaguar com água mineral e nunca passar lenços umedecidos ou álcool gel.
Por não existir o contato do fluxo sanguíneo com o ar, como acontece nos absorventes, geralmente não há odores. No final do ciclo, pode-se ferver o coletor por cinco a dez minutos em uma panela com água, antes de guardá-lo em local seco e arejado. Os fabricantes sugerem a troca do copinho menstrual a cada três anos, contudo, se não houver sinais de deterioração, é segura a utilização por até dez anos.
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