Para evitar doença, Grã-Bretanha permitirá bebês com duas mães e um pai
A partir de 2016, a Grã-Bretanha permitirá que bebês concebidos por meio de fertilização in vitro tenham material genético de três pessoas e não somente dos pais.
O procedimento tem o objetivo de evitar que as crianças sofram de doença mitocondrial, uma condição genética sem cura em que as mitocôndrias --estruturas responsáveis por fornecer energia às células-- não funcionam corretamente, provocando falhas em órgãos como cérebro, olhos e coração, podendo levar à morte.
Até o momento, alguns testes genéticos têm sido capazes de diagnosticar parte dessas doenças, mas a seleção dos embriões saudáveis ainda não é um método 100% garantido.
A ideia é que, com o novo procedimento, os bebês recebam uma doação mitocondrial de uma doadora saudável, já que a linhagem materna é a responsável pela transmissão da doença.
A técnica envolve a remoção do núcleo do óvulo fecundado por fertilização in vitro e a inserção dele no óvulo da mulher saudável (já sem núcleo).
O embrião irá, portanto, herdar os genes de três diferentes pessoas, embora a contribuição da terceira parte seja modesta, uma vez que a mitocôndria contém apenas 37 dos 20 mil genes humanos.
O DNA nuclear, que provê os 99,8% restantes, não será alterado no processo, por isso características hereditárias, como a cor dos olhos e a propensão à calvície, continuarão vindo dos pais.
Estima-se que 2.500 mulheres britânicas carreguem mutações genéticas em suas mitocôndrias. A cada ano, cerca de cem crianças nascem na Grã-Bretanha com alguma forma de doença mitocondrial.
Apesar de inovador, o procedimento tem gerado polêmica entre os britânicos. Para algumas pessoas, a técnica fere a ética ao permitir que os bebês tenham “três pais”.
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