Comandos essenciais melhoram a convivência com seu cão
Mais do que amor e companheirismo, o convívio tranquilo entre um cão e o seu dono requer boa comunicação e regras de convivência claras, sobretudo quando se está em um ambiente urbano. Uma estratégia elementar para conquistar essa harmonia é ensinar ao cachorro comandos básicos de obediência. “‘Não’, fica’, ‘vem’, ‘senta’ e ‘junto’ podem ser usados nas mais diversas situações em casa ou na rua. São importantes, por exemplo, para fazer com que o cachorro consiga esperar antes de sair pela porta de casa, saiba andar perto do seu dono, não coma algum alimento do chão que possa ser perigoso e volte quando chamado”, afirma o zootecnista especialista em comportamento animal Alexandre Rossi, o Dr. Pet.
Como educar?
Ensinar um cãozinho a viver em sociedade não é, necessariamente, uma tarefa difícil, mas isso não significa que não demande comprometimento. O tempo de treino varia com a frequência e o animal a ser ensinado. “Os cães aprendem por repetição e memorização, portanto, é importante estabelecer uma rotina diária e ser muito paciente. Qualquer cachorro, independente da raça, sexo ou idade, tem capacidade de aprender”, assegura o adestrador e especialista em comportamento canino Ricardo Tamborini. “Entre os comandos básicos, o mais difícil de assimilar é o ‘junto’, porque é aplicado em movimento e em situações que costumam oferecer mais distração para o animal”, diz Renato Zanetti, zootecnista e especialista em comportamento canino.
Sem punição
O treinamento deve ser feito sem qualquer tipo de agressão. “Técnicas como dar tranco no pescoço com a guia e empurrar o bumbum do cão contra o chão para obriga-lo a sentar são completamente ultrapassadas e desnecessárias”, garante Zanetti. O zootecnista afirma que, assim como o método para educar uma criança mudou, o adestramento positivo (que não pune o bicho) ganhou força: a ideia é criar condições para que o animal apresente apenas comportamentos desejáveis, respeitando sua natureza. Quando isso não acontece, o cuidador deve antecipar-se a (re)ação seja para evita-la ou para minimizá-la.
Dois exemplos práticos: você vai receber uma visita e não quer que o cachorro fique latindo loucamente. Em situações como essa, em vez de brigar, a dica do adestrador é oferecer ao bichinho uma distração, como um brinquedo desafiador. Outra prática comum dos cães é remexer em jardins, destruindo flores e plantas. “Esse é um comportamento natural, se você não quer que isso aconteça, crie meios para que o animal não tenha contato com a área proibida”, recomenda Zanetti.
O processo
O processo de aprendizado torna-se mais simples quando o adestrador consegue a colaboração do bicho. Para alcançar esta cooperação, a técnica mais comum (mas não a única) é oferecer um petisco como recompensa após cada acerto. “Para que o treino seja prazeroso e estimulante, lembre-se de elogiar e premiar o cãozinho sempre que ele fizer algo desejado”, sintetiza Tamborini. Segundo o adestrador, o estabelecimento de autoridade, liderança e limites só é possível se for criado um forte vínculo afetivo e houver a troca de respeito e carinho.
O local de treinamento deve ser escolhido com cuidado para minimizar as distrações para o animal. Sobretudo no início do treino, dê preferência a ambientes controlados em vez de parques e praças. As sessões de adestramento devem ser frequentes e curtas para evitar tédio ou cansaço: o usual é fazer seções diárias de dez a quinze minutos. “Observe o comportamento do seu cachorro. Se notar que ele não está disposto tente treiná-lo em outro momento”, recomenda Zanetti.
E se não der certo?
Se surgirem dificuldades no processo, principalmente sinais de agressividade, dominância ou ansiedade, procure a ajuda de um adestrador. “Se o processo de socialização de um cão agressivo for mal executado, pode ocorrer piora do comportamento”, diz Tamborini. Alexandre Rossi lembra que um erro muito comum das pessoas ao educar seus animais é tratá-los como se fossem pequenos humanos. Isso gera confusão e frustração: “Os cães têm um modo de agir e de pensar diferente de nós. É importante respeitar sua natureza e educá-lo com coerência, de forma que faça sentido para ele”, finaliza.
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