Arquitetos e decoradores contam o que mais irrita no dia a dia das obras
Casa linda e funcional: tudo certinho, no lugar e com bom acabamento. Este é o resultado que se quer em uma reforma ou construção. Mas nem sempre as coisas correm como o esperado e o caldo engrossa na rotina de arquitetos, designers de interiores e decoradores. Para entender melhor os perrengues que esses profissionais enfrentam até tudo estar tinindo, o UOL elencou as seis irritações mais recorrentes no canteiro de obras.
Mudar sem comunicar
“Em obras, o maior problema é com construtoras e engenheiros que não seguem o desenho do projeto. As mudanças podem ser necessárias, mas precisam ser comunicadas. Escolher a solução mais rápida e simples pode gerar problemas no futuro. Os clientes também devem entender que alterar as coisas depois que o projeto executivo é aprovado e a obra está em andamento é muito complicado: o custo aumenta e a entrega atrasa, porque há o retrabalho de vários profissionais.”
Sarkis Semerdjian, arquiteto
Prazo: o que é isso?
“Há clientes que demoram para aprovar orçamentos e fechar pedidos e, quanto maior é essa demora, mais distante fica o fim da obra. Há outros que esquecem os prazos para o pagamento das parcelas dos serviços ou dos fornecedores e fazer esse tipo de cobrança é uma das coisas mais chatas e desagradáveis que existe.”
Tatiana Marques, arquiteta
“Nossas agendas são programadas com uma antecedência de cerca de 10 dias e falta de planejamento, reuniões canceladas em cima da hora ou atrasos desestruturam o sistema”
Bianka Mugnatto, designer de interiores
Todo mundo 'entende' de obra
“Todo mundo ‘entende’ de projeto, de estrutura etc.. Você chega na obra e o cliente mandou passar as tubulações no meio de vigas, movimentar terra ou fazer muros sem verificar o planejamento estrutural. Isso é bem comum e grave. Em relação à mão de obra, o respeito mútuo é necessário: explicar didaticamente o que se deve fazer, deixar tudo anotado, ordenar prazos e pagar em dia, essa é a receita.”
Monica Drucker, arquiteta
“É complicado quando falta confiança do cliente no parecer técnico. As orientações dadas pelo arquiteto podem e devem ser discutidas, mas existem pessoas que rebatem e desconfiam de todas as opiniões profissionais, o que faz com que a relação entre as partes fique mais tensa.”
Gabriel Magalhães, do Gabriel Magalhães e Luiz Cláudio Souza Arquitetos
Vida pessoal? Quem precisa disso?!
“Irrita receber mensagens no Whatsapp às 23 h, aos sábados ou aos domingos, com dúvidas ou relatórios de pendências. Vivíamos menos estressados quando a comunicação era toda feita por email. Há, ainda, clientes que visitam a obra todos os dias e fazem alterações por conta própria, atropelando, portanto, o trabalho do arquiteto.”
Eleonora Hildebrand, do Hildebrand Silva Arquitetura
Serviço qualquer nota
“Eu gostaria de entender por que tem pintor que não gosta de forrar o chão!? Por que alguns marceneiros não gostam de proteger as paredes? Por que certos eletricistas não testam luminárias? E, por que, parte dos encanadores não testa o ralo? Tampouco compreendo o porquê de o boxe sempre vazar no primeiro banho dos clientes, e, claro, a razão pela qual o ar-condicionado novinho não funciona nos dias mais quentes. Quando um fornecedor não executa um trabalho de qualidade ele depõe contra si mesmo. É preciso ter muita paciência e cabeça fria para achar boas soluções para os problemas. Mas no final, tudo tem conserto.”
Maurício Karam, arquiteto
Eu contrato, mas a culpa é sua
“Muitas vezes os clientes fazem concorrências injustas como, por exemplo, contratar um mestre de obras mais barato do que uma empresa de engenharia. E, muitas vezes, cobram do arquiteto a responsabilidade pelo trabalho de um profissional desqualificado. O resultado é o desgaste entre as partes e prejuízos para todos.”
Débora Dalanezi, do Sesso & Dalanezi Arquitetura + Design
"A arquitetura é uma das peças de um contexto de profissionais – pedreiros, eletricistas, marceneiro, fornecedores de mobiliário e objetos etc.. Nós tentamos nos cercar dos melhores, mas não temos controle absoluto sobre todos. O cliente precisa separar as coisas: afinal, qual o limite da responsabilidade do arquiteto?”
Flavio Castro, arquiteto
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