Conviver com a rosácea requer tratamento cuidadoso e mudanças na rotina
Se sua pele fica muito vermelha por mudanças bruscas de temperatura, ingestão de alimentos condimentados e álcool, e até por estresse, você pode ter rosácea. O problema, que afeta mais as mulheres, surge em torno dos 30 a 40 anos e se manifesta no centro do rosto em direção às bochechas, raiz do cabelo, testa e queixo.
O que é
A causa específica para rosácea não é definida ainda, mas é sabido que existe um aumento na quantidade de vasos e na reatividade destes, no rosto e pescoço --daí os surtos da doença se manifestarem com os conhecidos "flushings", que são uma vermelhidão intensa. Alguns fatores aumentam esse quadro, como cigarro, banho quente, a ingestão de álcool, estresse e até o uso de corticoides.
Tratamento
Para evitar as temidas crises, os especialistas recomendam que o paciente evite se expor ao sol e às mudanças bruscas de temperatura, assim como banhos na água quente. Além disso, controle a ingestão de bebidas alcoólicas e alimentos condimentados, como pimenta. “Em todo episódio de rosácea, tente relacionar os alimentos que ingeriu e os produtos que usou, para ver se são eles os responsáveis pelo aparecimento da doença”, lembra a médica Karina Gilio.
Automedicar-se é outro fator agravante. Segundo a dermatologista Thaís Jerez, o tratamento vai depender do grau de rosácea (I ao IV). “De uma maneira geral orientamos quanto às medidas comportamentais e introduzimos medicamentos como tetracilinas, metronidazol, ivermectina tópica. Mais recentemente estudos mostraram uma resposta vascular importante com o uso de propranolol, um medicamento anti-hipertensivo (para pressão alta) que melhorou os surtos de rosácea”, diz.
No tratamento de rotina, as profissionais indicam produtos com fórmulas hipoalergênicas, sem cheiro, sem óleo e indicados para uma pele sensível. “Prefira produtos 100% minerais, algumas marcas já possuem produtos com essa classificação. Em geral, elas são menos agressivas para a pele”, diz a dermatologista Tatiana Jerez. O protetor solar é outro investimento importante e deve ser usado todo o tempo.
Não é necessário largar a maquiagem, mas as especialistas indicam cuidados como orientação médica e fórmula hipoalergênica. Além disso, a remoção dos produtos antes de dormir garante não só a limpeza, como a saúde da pele.
Como é viver com rosácea
Desde criança, quando Yasmin Simas, de 26 anos, passava por algum problema, sentia-se quente do pescoço para cima. Já era a rosácea sendo ativada. Filha de enfermeira dermatológica no Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, a jovem sempre se cuidou, pois apresentava dermatites com facilidade. “O boom da rosácea aconteceu quando eu tinha 20 anos. Depois de me receitarem ácidos voltados para o tratamento de acne, lembro de me olhar no espelho e sentir tudo queimando, fiquei vermelha e nada acalmava”, diz
Após isso, a produtora cultural passou por uma bateria de exames aos cuidados de uma junta médica que continuava tratando o caso como acne, com o uso de corticoide. Um médico cogitou a rosácea e o tratamento mudou completamente. “Passei a usar cremes manipulados com extratos naturais de camomila, chá verde, lavanda e andiroba e a pele começou acalmar. Entendi que nós, rosados, precisamos dar a pele o que ela precisa, ao invés de agredi-la com ácidos”, relembra.
Yasmin enfatiza que o tratamento vai além dos cremes: a alimentação mudou, ela perdeu 20 kg (muitos deles ganhos pelo uso de corticoides) e fez terapia para lidar com o estresse que agravava a rosácea.
Na rotina de beleza, a limpeza da pele hoje é a mais suave possível, à base de leite de rosas (para higienizar a pele que tende a ter pústulas) e sabonete de lavanda. Yasmin também não abre mão da maquiagem e procura marcas indicadas por dermatologistas, como Shiseido, Clinique, Chanel, Dior, M.A.C e Benefit. Além disso, a proteção solar deve ser feita até em casa, uma vez que luz do celular, computador, e até de lâmpada agridem a pele hipersensível.
Hoje, Yasmin administra o grupo Rosácea (Brasil), no Facebook, em que os “rosados” (como os portadores se chamam) trocam experiências. “Todo dia para um rosado é de superação, não tem cura, tem equilíbrio”, declara.
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