Beleza, vida útil e preço pesam na escolha entre piso laminado e assoalho
Piso laminado ou assoalho de madeira? Oh, dúvida cruel. Para tomar esta decisão, analise algumas variáveis: ambos são bonitos e podem causar um bom efeito na decoração, mas as questões a serem levadas em conta se referem também ao tempo disponível para a instalação e a manutenção; ao dinheiro que pode ser investido e, até, posicionamentos ambientais. Veja abaixo dicas e informações comparativas que o ajudarão nesta escolha.
O que é?
- Piso laminado: não é madeira. O material é composto de uma fina camada de laminado melamínico ou fenólico colada sobre uma base de madeira processada ou aglomerada (MDF, por exemplo). A espessura média é de 7 mm a 9 mm e o produto não se contrai ou dilata com variação da temperatura do ambiente.
- Assoalho de madeira: é feito de tábuas de madeira maciça como cumaru, ipê, peroba, tauari e carvalho, entre outras. Os recortes têm até 2,5 cm de espessura e a dureza e a resistência do material dependem do tipo de lenho. Uma reação universal da madeira é sua dilatação ou contração, segundo a variação do clima.
Estética
- Piso laminado: é bonito e versátil. Tem versões que imitam os veios de diferentes tipos de madeira ou mesmo outros materiais e está disponível em cores diversas. Uma desvantagem? Pode sair de moda rápido.
- Assoalho de madeira: é um clássico. Bonito e atemporal, o assoalho não se basta nas tábuas corridas. Com recortes em tamanhos diversos, é possível criar desenhos e paginações para pisos em diferentes formatos.
Preço
- Piso laminado: o custo, em geral, é menor do que o da madeira. Os valores partem de R$ 30 (pelo m²) e variam de acordo com nível de resistência do produto.
- Assoalho de madeira: tem preço regido pelo tipo de madeira, mas comumente custa três ou quatro vezes mais se comparado aos laminados mais comuns.
Resistência
- Piso laminado: pode ser mais ou menos resistente à abrasão, dependendo do tipo de componente do piso, e este quesito deve ser considerado na hora da compra. Exceto para os emborrachados, desenvolvidos para o uso em cozinhas e banheiros, os laminados não devem revestir áreas molhadas. Se bem cuidado, o revestimento tem vida útil média de 10 anos.
- Assoalho de madeira: é forte e para a vida toda, pois pode ser facilmente recuperado quando sofre avarias. Se usado em áreas molhadas, demanda impermeabilização e manutenção mais frequentes e trabalhosas, por exemplo, com a aplicação de vernizes e resinas.
Manutenção
- Piso laminado: a limpeza diária é simples, basta remover o pó com uma vassoura macia ou o aspirador e, em seguida, usar um pano úmido em uma solução de água e detergente neutro. Porém, se as lâminas sofrerem arranhões, envergarem ou escurecerem, não tem jeito: será necessário fazer a troca.
- Assoalho de madeira: no dia a dia use apenas aspirador de pó ou vassoura macia e pano seco para a limpeza. Se for aplicar cera, dispense uma quantidade muito pequena para evitar o acúmulo do produto. Como as tábuas são maciças, existe a possibilidade de raspar, lixar e reaplicar vernizes e resinas no piso, caso haja desgastes, arranhões e riscos.
Instalação
- Piso laminado: rápida. O processo geralmente se dá pelo encaixe do tipo macho-fêmea e a instalação é "solta" sobre contrapiso ou piso pré-existente, por isso não há quebradeira e a sujeira é mínima.
- Assoalho de madeira: demorada. O serviço é praticamente artesanal, com as tábuas sendo coladas e/ou parafusadas ao contrapiso. Durante o trabalho, o cômodo não pode ser ocupado e há uma maior produção de sujeira, por conta da serragem.
Confortos térmico e acústico
- Piso laminado: é menos confortável do que o assoalho. Pede mantas isolantes (tanto acústicas quanto térmicas) entre a base do chão e as lâminas. Barulhento, produz um som oco ao ser pisado.
- Assoalho de madeira: propicia conforto térmico natural e, na maior parte das vezes, não conta com a forração de uma manta termo-acústica (como as de cortiça). O barulho é menos sonoro do que o produzido em laminados.
Produção e geração de resíduos
- Piso laminado: sua produção consome madeira (para a produção do aglomerado ou compensado) de reflorestamento como pinus e eucalipto, mas demanda processos químicos durante a fabricação, que é 100% industrial. Pode ser tóxico e de descarte complicado e, geralmente, é difícil de reutilizar e não pode ser reciclado.
- Assoalho de madeira: sua produção consome grande volume de madeira natural e, por isso, a compra deve ser consciente. Busque sempre a origem a madeira e só adquira produtos certificados. O assoalho pode ser reutilizado e gera resíduos naturais.
Fontes: Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz, arquitetos do escritório FGMF; Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal); Julio Cezar Aranega, sócio diretor da On the Green Carpentry Inc., empresa canadense especializada em pisos de madeira e laminados.
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