"Camisola" de Marilyn Monroe, Chanel nº 5 pode parar de ser fabricado
"Apenas duas gotinhas de Chanel nº 5". Foi assim que, durante uma entrevista, a atriz Marilyn Monroe descreveu o que vestia para dormir. Para desespero das fãs da fragrância, o perfume, produzido desde 1921, pode estar com seus dias contados. A empresa ameaçou abandonar os cultivos de flores na Provença francesa usados no produto, devido a um projeto de construção de linha ferroviária.
A Chanel está associada há 30 anos com a família Mul, nos arredores da cidade de Grasse (sudeste da França), para produzir jasmins e rosas, cujas essências são utilizadas no perfume que a estrela Marylin Monroe ajudou a popularizar em nível mundial, entre outros.
Agora, a empresa ferroviária estatal francesa prevê construir uma nova linha na Costa Azul. Segundo o traçado que for finalmente selecionado, ela poderá cruzar com um viaduto elevado por cima dos 12 hectares de cultivos florais, no Vale do Siagne, disse um comunicado da empresa de produtos de luxo.
"É evidente que a construção de um viaduto e a passagem regular de trens de alta velocidade sobre seus campos de flores obrigaria a Chanel a interromper seu apoio a essas atividades artesanais na região", disse um comunicado da empresa fundada por Coco Chanel à agência AFP
A nova linha ferroviária projetada, cujo traçado ainda não foi definido, busca aliviar a saturada ligação entre Marselha e Ventimiglia (cidade fronteiriça italiana na costa mediterrânea), a linha mais usada na França fora da região parisiense, com um tráfego anual de 46 milhões de passageiros, além do trânsito de mercadorias.
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