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Desigualdade no cinema: Mulheres têm menos de um terço dos papeis com falas

Gal Gadot em cena de "Mulher-Maravilha" - Reprodução
Gal Gadot em cena de "Mulher-Maravilha" Imagem: Reprodução

do UOL

02/08/2017 09h23

Mesmo com a discussão sobre a importância da representatividade cada vez mais atual, a indústria do cinema ainda tem um longo caminho a percorrer para acompanhar o debate.

Menos de um terço dos personagens com falas nos scripts de filmes blockbusters são mulheres, aponta um estudo da Universidade do Sul da Califórnia. De acordo com este que é o maior levantamento já feito sobre o assunto — reunindo 39788 papeis analisados em 900 filmes lançados entre 2007 e 2016 —, apenas 31,4% dos personagens com alguma fala nos roteiros nos 100 filmes mais populares do último ano são de mulheres.

Ao olhar para as populações onde há ainda menor representatividade, o estudo encontrou 29,1% deste papeis na mão de atores não-brancos — isto é, latinos, negros, asiáticos, entre outros —, enquanto 2,7% apenas correspondem a pessoas portadoras de alguma deficiência. Uma porcentagem ainda menor, 1,1%, diz respeito a gays, lésbicas ou bissexuais e nenhum transgênero foi encontrado.

Já a análise de uma intersecção importante, a das mulheres negras, revelou que elas estão presentes (e com falas!) em menos da metade dos grandes lançamentos. Dois terços deles também não contaram com mulheres asiáticas e outros dois terços não trouxeram mulheres latinas para as telas, literalmente silenciando as vozes de mulheres não-brancas na indústria do cinema.

A pesquisa ainda aponta que a origem do problema pode estar, em parte, no fato de que os criadores de grande parte destas produções são homens. Apenas 17,8% dos roteiristas, drietores e produtores dos grandes sucessos do último ano são mulheres.

"Os resultados revelam que houve pouca ou quase nenhuma mudança significativa na representação destes grupos diversos no cinema popular desde 2015. Aliás, quando se trata da representatividade de negros, latinos, asiáticos e pessoas mestiças, não há melhoras no cenário desde 2007", afirma o relatório final do estudo.