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Cuspe? Hidratante? Óleo? Nem tudo que escorrega é lubrificante sexual

Getty Images
Imagem: Getty Images

Gabriela Guimarães e Rita Trevisan

Colaboração para o UOL

03/08/2017 04h00

Os lubrificantes facilitam a penetração, aumentam o conforto do casal e incrementam o sexo: há versões que produzem sensação de calor e frio e com sabores, por exemplo. Porém, nem todos os produtos são seguros para aplicação na região íntima. Muitos deles alteram o pH vaginal, causam alérgias e infecções. “Como consequência, o ressecamento vaginal pode até se intensificar”, diz a médica Fabiane Berta, ginecologista pela Santa Casa de São Paulo.

Produtos que não são testados e aprovados pela Anvisa –a Agência Nacional de Vigilância Sanitária– podem até danificar a camisinha, diminuindo sua eficácia como contraceptivo. Para os casais que desejam engravidar, há o risco de prejudicar a fertilização ao utilizar lubrificantes de má qualidade.

Alternativas caseiras? Não!

Nada de usar lubrificantes caseiros, como óleo de coco, óleo de amêndoas e azeite. “O óleo de bebê, assim como os outros óleos, pode interferir na integridade dos preservativos, além de aumentar o risco de alergias”, afirma o ginecologista Vamberto Maia, especialista em reprodução humana assistida.

Loções hidratantes, que têm grande quantidade de corante e perfume adicionados à fórmula, podem ser ainda piores. Causam desconforto, coceira e ardência imediatos.

O cuspe é o mais inofensivo, mas não adianta muito. “A capacidade lubrificante da saliva é muito pequena, não se compara com a ação dos produtos industrializados”, diz Maia.

Faça o seguinte: compre um lubrificante sexual, testado para o pH vaginal, feito à base de água ou silicone. “Os que são feitos à base de petróleo podem até ter um bom efeito, mas são mais irritantes à mucosa vaginal”, explica o médico Elvio Floresti Junior, ginecologista e obstetra formado pela Universidade Federal de São Paulo.

Excesso de ressecamento precisa ser tratado 

Para a mulher, preliminares caprichadas ainda são a melhor maneira de ter uma boa lubrificação. Em algumas fases específicas, como na menopausa e no pós-parto, o ressecamento vaginal é comum. A baixa libido, característica desses períodos, está diretamente relacionada à dificuldade de ficar com a vagina úmida. Nesses casos, o uso de lubrificantes ou hidratantes vaginais, prescritos pelo médico, são importantes.

O problema também pode estar ligado à queda dos hormônios testosterona e à insuficiência da atividade dos ovários, conforme explica Luiz Fernando de Carvalho, pós-doutorando em Ginecologia e Reprodução Humana pela Universidade de São Paulo e pelo Brigham and Women’s Hospital. Por isso, ao notar que a secura está prejudicando o desempenho ou a obtenção de orgasmos, em qualquer etapa da vida, vá ao médico.

O primeiro passo é descobrir a causa. “A partir daí, o tratamento varia. Pode ser hormonal, por exemplo, mas, em muitas situações, é preciso contar com o acompanhamento de um sexólogo ou de um psicoterapeuta”, diz Carvalho.