9 dicas para que a falta de grana não prejudique sua relação
O quanto tem de verdade o ditado popular "quando a falta de dinheiro bate na porta, o amor sai pela janela"? Seja qual for a razão da dureza, a falta de grana prejudica a saúde emocional das pessoas, fragiliza, provoca ansiedade, gera mudanças no padrão de sono e de alimentação. Não é raro ver o medo, a baixa autoestima e a sensação de impotência se projetarem dentro do relacionamento, provocando falta de paciência, rancor e diminuição do desejo sexual. É preciso remar contra essa maré. Mas como?
1. Não sejam infiéis financeiramente
Os dois têm que encarar a realidade e cooperar. Isso significa não fazer nada escondido do outro, mesmo que seja com boas intenções. Exemplos? Mentir sobre o valor de compras, esconder objetos comprados, apelar para um empréstimo sem analisar bem os juros, vantagens e desvantagens, deixar de pagar um financiamento para não assumir que está sem dinheiro, continuar gastando normalmente para não admitir o verdadeiro cenário etc. Não se enganem: vocês precisam fazer combinados claros e cumpri-los para saírem do vermelho.
2. Evitem a sensação de "fundo do poço"
É preciso lembrar que as coisas não são permanentes, portanto, uma crise sempre é passageira. Por que então perder o otimismo e alimentar a insegurança? É bom, ainda, se livrarem da crença de que o dinheiro é a fonte suprema da felicidade. Embora ele seja fundamental, pode, no máximo, ajudar as pessoas a serem mais otimistas ou seguras. Mas não há uma garantia! Nem todo casal nadando na grana é exemplo de felicidade no amor. O ideal é procurar um ângulo positivo da situação, nem que seja sua serventia como aprendizado.
3. Não tiranizem um ao outro
Às vezes, problemas financeiros podem ter sido gerados por apenas um dos dois, mas não significa que o outro tem o direito de massacrá-lo emocionalmente. De nada adianta ficar apontando erros. Alfinetar, punir ou culpar não vai depositar dinheiro na sua conta, mas afastará vocês. Aquele que está desempregado ou endividado pode se sentir inútil e ficar deprimido, impossibilitando qualquer tipo de ação. Já o que está trabalhando corre o risco de se achar sobrecarregado, entrando numa espiral de reclamações. Vocês devem se unir.
4. Persistam nos sonhos
Mesmo que o período esteja ruim, os sonhos precisam ser alimentados. Não é porque vocês estão enrolados com o cheque especial hoje que devem tirar da cabeça a imagem tão almejada dos dois passeando de mãos dadas pelas ruas de Paris. Usem a esperança do que querem viver juntos como força e impulso para encarar o drama financeiro e superá-lo.
5. Estudem como vão sair dessa
Procurem livros, artigos, blogs ou sites sobre educação financeira e avaliem quais das ações sugeridas têm condições de colocar em prática o quanto antes. Vocês ainda podem conversar com os credores e negociar propostas melhores. Diante de um problema, é comum a ansiedade e o medo tomarem conta e a gente paralisar ou ficar perdido sem saber o que fazer. É importante saber a extensão do rombo e mobilizar-se para deter seu crescimento, trabalhando a solução o quanto antes. Estabeleçam um plano.
6. Divirtam-se
Tiveram de cancelar o plano da academia? Exercitem-se no parque. Sem grana para cinema, teatro ou ver um show? Netflix é vida (leia-se: é baratinho) e programas culturais gratuitos existem aos montes por aí, basta ter boa vontade de pesquisar. Visitem amigos, cozinhem em casa, percorram exposições. Para se divertir a dois basta ter disposição e criatividade.
7. Mantenham o afeto em dia
O pagamento das contas pode até atrasar, mas a troca de carinho e o apoio, não. A falta de dinheiro exige que o casal dedique atenção redobrada à qualidade do relacionamento. É essencial estarem afinados e se sentirem queridos e desejados. Não é porque a crise financeira chegou que o casal não precisa mais se agradar. Um chocolatinho comprado com amor, um simples botão de rosa e um bilhete afetuoso podem operar milagres.
8. Fujam das armadilhas da vitimização
Os homens, em geral, tendem a sentir vergonha de não ter dinheiro, mesmo que não provenham a casa sozinhos. São dominados pela sensação de impotência e fracasso, mesmo que a crise seja transitória. Para eles, não se isolar e trabalhar a autoestima é fundamental. As mulheres, por outro lado, tendem à autoindulgência, compensando a fase de privação com presentinhos para si mesmas que, no fim das contas, só causam ainda mais dano. Evitem sentir pena de si mesmos e vão à luta.
9. Coloquem a casa em ordem
Procurem fazer no tempo livre atividades que não custam dinheiro ou que outrora vocês terceirizavam, como arrumar a casa, fazer uma faxina geral, arrumar gavetas, cuidar do jardim, doar o que não usam mais, etc. Organizar algo vai trazer uma sensação boa de que a vida está entrando nos eixos.
FONTES: Lizandra Arita, psicóloga clínica, de São Paulo (SP); Márcia Tolotti, psicóloga, psicanalista, educadora financeira e autora do livro "As armadilhas do consumo" (Ed. Campus), e Triana Portal, psicóloga clínica e terapeuta de casal, de São Paulo (SP)
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