Mudanças emocionais da gravidez: entenda e veja 5 dicas para lidar com elas
Além das transformações físicas, gestantes vivem mudanças emocionais. A sensibilidade fica à flor da pele, irritação surge do nada, os sentidos se aguçam, sono e apetite mudam. Como nenhuma mulher é igual à outra, cada uma reage de um jeito à gravidez. Até porque depende do ambiente, das experiências, do relacionamento, da alimentação e do estilo de vida de cada uma. Mas, em geral, a maioria é acometida pelas mudanças emocionais. Veja os acontecimentos mais comuns:
Primeiro trimestre
O início da gestação marca o pico da ação hormonal do Beta HCG e da progesterona. É a fase da surpresa, do início do planejamento dos preparativos (nome do bebê, quartinho, enxoval) e, também, de ansiedade e grande instabilidade emocional. Há alterações de humor e mudanças no apetite e no sono, quadro que tende a deixar a mulher mais sensível e irritada. O aumento do nível de água no cérebro causado pela progesterona pode causar um retardo nos reflexos motores. É comum, ainda, que o momento seja caracterizado por um temor quanto à continuidade da gravidez, pois é sabido que 30% das gestações não se desenvolvem por motivos variados.
Segundo trimestre
O corpo já esta mais adaptado às alterações. Nessa fase, as preocupações são muito relacionadas à condição física do feto, já que é no segundo trimestre que são realizados exames que podem constatar patologias genéticas --como a síndrome de down, por exemplo. A insegurança é recorrente. Em contrapartida, a criança começa a se mexer e se torna algo mais concreta nos pensamentos da mãe. É como se ele deixasse de ser um feto e se tornasse, de fato, um bebê.
Essa percepção maior do filho e do próprio corpo se amplia e as descobertas, principalmente para as mamães de primeira viagem, dão um caráter mágico à gestação. É, também, o momento em que a sociedade reconhece a mulher como gestante, por causa da barriga evidente, é claro! No segundo trimestre, a mulher já aceita melhor suas mudanças, muitas delas para melhor, como a beleza da pele e do cabelo, o que rende vários elogios. Para muita gente, é a fase mais gostosa da gestação.
Terceiro trimestre
A barriga pesada, o extremo cansaço e ansiedade pelo momento do parto fazem dessa fase um período extenuante. O nível de outros hormônios se eleva: o da ocitocina, para promover a contração uterina, e a prolactina, que ajuda na produção de leite. Há pesquisas que mostram que as grávidas no fim da gestação ficam mais esquecidas. Por trás da memória curta, vários fatores: dificuldade em encontrar uma boa posição para dormir, a sensação de estômago apertado e a respiração mais curta após o sétimo mês.
A ansiedade com a proximidade do nascimento do filho faz com que a mulher fique mais estressada, comprometendo seu raciocínio. Diminuição na libido e introspecção também marcam esse momento em que a mãe se prepara para receber o novo e mudar totalmente sua vida.
5 dicas para ter em mente
1. Nenhuma gestante deve guardar para si seus sentimentos, nem se culpar por poder estar triste num momento que, na teoria, deveria ser só de felicidade –mudanças de humor são naturais nessa fase. Sempre converse com o par, um familiar, um amigo, amiga e obstetra sobre possíveis dúvidas. É bom entender que uma gravidez precisa e deve ser compartilhada.
2. É fundamental procurar ajuda profissional quando o estado emocional --principalmente no caso de tristeza frequente, indisposição contínua e pensamentos negativos-- atrapalhar as atividades diárias, o sono ou o relacionamento com as pessoas.
3. As mudanças podem ser aliviadas com suplementações adequadas, atividades físicas, meditação, ioga etc. Há, também, medicações para aliviar os sintomas de uma possível depressão sem risco para o bebê. Tudo isso só poe ser feito com indicação médica!
4. A futura mãe deve evitar brigar, gritar, se desesperar e se estressar para que não grave no inconsciente do bebê os momentos de raiva e angústia. Uma gestação sem ansiedades e medos garante um futuro mais tranquilo para a criança. Não há nada que valha mais a pena do que gerar um bebê sadio --o resto é resto.
5. Respeitar os limites do seu corpo é essencial. Não se sinta culpada por não conseguir exercer as mesmas funções de antes, em casa ou no trabalho.
Fontes: Alberto D’Áuria, obstetra da Maternidade Pro Matre Paulista, em São Paulo (SP); Carla Kikuchi Fernandes, ginecologista e obstetra do hospital e maternidade Santa Joana, de São Paulo (SP); Domingos Mantelli, ginecologista e obstetra, de São Paulo (SP); Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP), e Patrícia Bader, psicóloga do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, em São Paulo (SP)
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