Mulheres contam como swing e sexo a três tiraram seus casamentos da rotina
Casais que já estão há um certo tempo juntos podem, em algum momento da vida, ter dúvidas e também vontade de experimentar coisas novas. Por exemplo, ter curiosidade de estar com mais de uma pessoa na cama, mas medo de estragar o casamento. Ou sentir que novas experiências sexuais, como o swing, farão o relacionamento sair da rotina e darão uma repaginada na vida a dois. E isso não significa que o amor acabou.
Veja também:
- Quando casal está preparado, swing fortalece a relação e melhora o sexo
- Destinos para praticar swing, sexo a três e outras aventuras com seu par
- Acha swing moderno? Então você não conhece a "festa da chave"
Conversamos com três mulheres -- mães e esposas que amam seus maridos e famílias -- que, assim como seus parceiros, têm desejos sexuais e que encontraram no swing e sexo a três uma maneira de exercitar isso. Abaixo elas dão detalhes de suas aventuras na busca pelo prazer e pela manutenção da relação. Contam como o casamento melhorou, falam de confiança, debatem limites e discutem se é traição ou não transar com mais de uma pessoa.
Sou casada há 10 anos e há quatro senti que meu casamento tinha caído na rotina
Dentro do acordo de Lorena e do metalúrgico David* somente ela pode sair com outras pessoas, ele não. "É algo que ele deixou, não eu”, explica ela logo no início do bate-papo.
"O sexo entre nós só rolava duas vezes por semana e, ainda assim, era mecânico, de virar para lado e fazer, às vezes, nem orgasmos eu tinha. Por mais que fosse ativa e gostasse de fantasias, sentia que ainda faltava algo. Então, eu e o marido decidimos buscar alternativas.
Primeiro tentamos a troca de casais, mas ele não curtiu muito. Então, resolvemos tentar o sexo a três tanto com homem, como com mulher... até que encontrássemos o melhor tipo de relação para a gente. No nosso caso, o ménage à trois (sexo entre três pessoas) foi o que mais se encaixou.
Descobrimos que o meu marido sentia mais tesão ao me ver transando com outras pessoas – tanto homens quanto mulheres. Mas ele não fica com os caras. Nos comunicamos com as pessoas por meio de redes sociais específicas e juntos escolhemos quem mais nos interessa. A única recomendação dele, que nem sempre está presente, é que eu tire fotos, faça vídeos e conte os detalhes".
Benefícios para o casamento
"Ele ama ver, saber detalhes dos encontros... se transforma. Quando saio e mando as fotos, os vídeos por mensagem, ele chega em casa ‘transtornado’. E ficamos juntos, afinal, não é porque fiz fora que não vou transar com meu marido também. Para mim não é cansativo, eu gosto. Mas é claro que ele respeita meus limites quando não estou disposta. Hoje em dia, fazemos sexo um dia sim e outro não, ficamos excitados com as histórias que criamos. A pegada também está diferente, melhorou.
Até hoje não tivemos nenhum problema entre nós, não temos ciúmes. Posso dizer que nos tornamos mais seguros em relação ao casamento, pois ninguém precisa esconder nada, amadurecemos. Mudei também como mulher. Minha autoestima melhorou, aceitei mais meu corpo – com a gravidez engordei alguns quilos e me sentia mal, já não fazia questão de me arrumar. Mas aprendi que sempre terá alguém te desejando. Se você pode ter algo que melhore a relação e dê mais prazer aos dois, por que ficar só com o mais simples?
Não é todo dia ou toda semana que rola ménage ou saídas. Os encontros costumam acontecer a cada 15, 20 dias. Gosto de conhecer, conversar fora das redes sociais, saber o real interesse dos envolvidos. Sempre tem que tomar cuidado, analisar e estabelecer uma confiança. Existe muita gente mal-intencionada, que costuma entrar acessar os aplicativos sem a mulher ou o marido saber. Já tive amigos que sofreram ameaças com vazamentos de fotos.
Bela, recatada e do lar
No dia a dia, temos uma rotina tradicional de casal, bem 'recatada e do lar [risos]'. Cuido das minhas filhas, uma de 11 anos e outra de 7, limpo a casa, vamos à igreja. Até pouco tempo trabalhava como auxiliar de RH. Sou uma pessoa atuante na minha igreja [católica], participo de projetos da comunidade, já coordenei grupo de jovens, minha fé não se abalou. Continuo fazendo o bem para as pessoas, não faço mal para o meu marido.
Infelizmente, tem muito preconceito, as pessoas acham que é traição. Mas para mim, traição é algo que você faz sem o consentimento do seu parceiro. Se é para melhorar a relação a dois, não é algo errado. Gostaria que as pessoas entendessem, conhecessem esse universo. Posso garantir que as aventuras do casal não interferem na educação que damos às nossas filhas. Não deixamos de ser menos pais, de sair com elas ou participar de eventos familiares porque transamos com outras pessoas."
Viagens do prazer
A fisioterapeuta Mariana, 29, e o engenheiro Marcelo*, 36, estão casados há dois anos, são pais de gêmeos e costumam viajar pelo menos duas vezes por ano para participarem de swings. Eles já estiveram no México, Miami, EUA, Itália, Jamaica e o próximo destino será Amsterdã, na Holanda, e Alemanha onde ficarão quatro e dois dias, respectivamente. As diárias de alguns hotéis chegam a custar cerca de R$ 6 mil.
“No início, ele não gostava da ideia de outro homem ficar comigo. Eu ficava só com mulheres, mas ele acabava aproveitando mais. A primeira troca ocorreu em Cancún em um resort para pessoas iniciantes no swing. Ficamos com um médico e uma dentista”, lembra Mariana.
"Longe dos passeios temáticos, os swings ocorrem de uma a duas vezes ao mês. Meu marido tinha medo de eu trocá-lo por outro homem, mas isso passou. No outro dia, estamos só eu e ele. E é bom sair da rotina, daquela coisa de ‘mamãe e papai’ [posição sexual]. Você também escapa do ambiente familiar e pode ficar com outra pessoa sem precisar trair ou criar laços. E, ao mesmo tempo, pode viver momentos diferentes ao lado da pessoa que você ama. No fim, ambos realizam suas fantasias. Eu me realizo tanto com homens quanto com mulheres".
Casamento feliz e vida sexual muito boa, obrigada!
"O sexo melhorou, afinal, podemos relembrar situações, criar novas... Temos mais prazer juntos. Muitas vezes vamos aos clubes de swing e só olhamos os outros transando, não fazemos nada".
Julgamentos?
"A verdade é que existe muito preconceito, algumas mulheres costumam julgar como algo sujo ou questionar: ‘não sou lésbica, por que vou ficar com outra mulher?’ No fim, o que falta é comunicação e sinceridade entre os casais. Por isso as traições acabam ocorrendo.
Posso garantir que a cumplicidade no meu relacionamento aumentou e porque não dizer que o swing também pode ser a solução para uma crise? A gente varia o cardápio sem precisar mentir ou trair. Mas meu relacionamento não é aberto, porque não saio com outros homens e nem ele com outras mulheres. É aberto somente quando estamos juntos na situação. No dia a dia, a vida é normal, gostamos de estar a sós, cuidar dos filhos, sair para jantar em bons restaurantes.
Um dia queremos ter um poliamor (relacionamento entre três pessoas, mas com sentimento envolvido). Já tentamos nos relacionar assim, mas ainda não deu certo, ou só gostam de mim, ou só dele."
Nossa realidade é mil vezes melhor que há sete anos
Assim como os outros casais, Milena, 26, e Fred*, 36, são pais, eles têm um menino de 1 ano e 5 meses, trabalham, vão à missa e revezam os fins de semana que saem para se divertir. “Sou operadora de logística, uma pessoa normal. Meus amigos de trabalho sabem para quem correr quando precisam de ajuda. Sempre estou disponível para conversar e ouvir", conta a curitibana.
"No meu aniversário do ano passado, tivemos a primeira experiência a três, mas, como sou um pouco ciumenta, em todas as nossas relações a três quem fica com a outra mulher sou eu, meu marido tem relação apenas comigo e também não fico com outros homens. Importante, combinamos isso antes de irmos ao swing. Também somos exibicionistas, gostamos mais de mostrar nossa relação do que efetivar a troca de casais.
Desde que começamos, posso dizer que minha confiança nele aumentou, somos mais realizados sexualmente e nos respeitamos. Tenho certeza que hoje ele não me trairia, pois como ele fala ‘não tem motivos para procurar outra’. Não temos tabu entre nós, nossas conversas são mais abertas, nossa sintonia. Nossas experiências confirmaram o nosso amor, temos certeza que encontramos a pessoa certa para passar o resto de nossas vidas".
Meu pai também frequenta casas de swing
Mas vamos em casas diferentes, nunca nos encontramos. Vejo como uma situação normal, sempre tivemos a mente aberta. Meu pai foi a primeira pessoa com quem eu conversei sobre sexo. Depois disso, ele deixou que eu fizesse as minhas próprias escolhas. Meu pai até já falou para irmos um dia juntos, [risos].
Meu conselho para os outros casais é estabeleçam limites entre vocês, conversem bastante e se joguem! Mas lembrem-se swing não salva casamento falido. O casal precisa se amar muito e acima de tudo se respeitar”, defende Milena.
*Os nomes dos entrevistados foram trocados para preservar a identidade deles.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.