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Grifes de luxo proíbem modelos menores de 16 e abaixo do peso em desfiles

As passarelas da Louis Vuitton no desfile feminino de outono/inverno 2016-2017 - Getty Images
As passarelas da Louis Vuitton no desfile feminino de outono/inverno 2016-2017
Imagem: Getty Images

do UOL, em São Paulo

06/09/2017 12h31

As gigantes do mundo fashion LVMH (casa de marcas como a Dior, a Louis Vuitton, a Givenchy e a Marc Jacobs) e a Kering (responsável por Gucci, Saint Laurent e Alexander McQueen, entre outras) baniram modelos abaixo do peso e do limite de idade de 16 anos de seus desfiles às vésperas da semana de moda de Nova York, que começa nesta quinta, dia 7. 

Os dois conglomerados franceses elaboraram um documento conjunto, entitulado "Carta sobre as Relações de Trabalho com Modelos e seu Bem-Estar", em que explicam suas posições e como administrarão suas passarelas — uma resposta às críticas recentes de profissionais da indústria como o diretor de casting James Scully, que acusou em fevereiro marcas como a Lanvin e a Balenciaga de promoverem padrões corporais insustentáveis, além de transtornos alimentares. 

As novas regras

Na carta, que teve excertos divulgados pelo site especializado "The Cut", as grifes se comprometem a trabalhar apenas com modelos com atestado médico obtido há menos de 6 meses pelas agências, a não contratar mulheres que vestem tamanhos iguais ou menores do que 32 ou 42 para os homens na escala francesa (ambos equivalentes a 34 no Brasil).

Elas também afirmam que deixarão um psicólogo à disposição dos modelos durante suas horas de trabalho. 

Em relação à idade, as regras impostas pelas empresas eliminam tops com menos de 16 de desfiles e ensaios e restringem modelos menores de 18 de trabalharem entre 22h e 6h. Trabalhos que envolvem nudez ou seminudez para menores de 18 só serão permitidos com a assinatura dos pais ou representantes legais e as moradias devem acomodar modelos junto aos seus guardiões.

As marcas ainda exigem que as agências garantam que os profissionais cumpram suas obrigações escolares e limitam o oferecimento de álcool em festas aos maiores de 18 anos.

As outras seis seções do documento trazem mais estipulações sobre o bem-estar dos modelos, como o oferecimento de comida e bebida ao longo do dia de trabalho e um código de conduta para editoriais sem roupa.

A importância da decisão para a indústria

Em um comunicado à imprensa internacional, o CEO da Kering, François-Henri Pinault, disse: "Respeitar a dignidade de todas as mulheres sempre foi um compromisso pessoal para mim e uma prioridade da Kering como grupo. Através desta carta e do nosso compromisso de obedecer aos seus itens, nós estamos mais uma vez manifestando a importância desses valores de uma maneira concreta". 

Já Antoinie Arnault, membro do corpo de diretores da LVMH, afirmou: "Temos uma responsabilidade de construir novos padrões para a moda e esperamos que sejamos seguidos por outras empresas do nosso setor". Juntos, os dois conglomerados fashion conduzem 32 maisons de luxo.

A França possui uma legislação específica sobre o trabalho no mundo da moda que exige um índice de massa corpórea superior a 18 para todos os modelos, com multa de € 75 mil (em torno de R$ 280 mil) para a marca que desrespeitar esta limitação.