Google: Diferença entre bônus de homens e mulheres pode chegar a quase 50%
O Google está, mais uma vez, envolvido na discussão sobre diferença salarial entre homens e mulheres. Isto porque, na última semana, uma pesquisa sobre as remunerações organizada pelos próprios funcionários foi publicada pelo jornal americano "The New York Times".
Aproximadamente 2% da companhia respondeu ao levantamento, ou seja, mais de mil empregados de diversas áreas ofereceram dados sobre o quanto ganham. Em quase todas elas, os homens recebem salários maiores do que os das mulheres.
Nos cargos mais baixos — a base da pirâmide, onde há maior número de vagas — a discrepância é maior: a diferença entre salários anuais de homens e mulheres chega a US$ 15 mil (mais de R$ 46 mil) e a diferença entre os bônus é de aproximadamente 50%. O que quer dizer que, enquanto eles recebem gratificações de US$ 6,9 mil (cerca de R$ 21 mil), elas recebem US$ 3,6 mil.
A coleta de dados da planilha foi iniciada em 2015 por um ex-funcionário que queria ajudar os colegas a negociar salários melhores. Era de conhecimento público a existência do levantamento, mas os dados tinham sido mantidos me sigilo até então, de acordo com o jornal.
Como há mais funcionários de algumas áreas do que de outras presentes na pesquisa, as conclusões têm sido questionadas por experts da indústria de tecnologia e até pelo próprio Google.
Eileen Naughton, vice-presidente de recursos humanos, disse ao "NYT" que a planilha não leva em conta questões mais complexas no cálculo da disparidade entre os gêneros. Segundo ela, uma pessoa em cargo não-técnico pode ter o mesmo nível dentro da empresa que um engenheiro, mas receber bem menos porque os salários são maiores para os "talentos altamente técnicos".
No relatório anual de diversidade do Google, apenas 20% das posições técnicas mais elevadas estão nas mãos das mulheres — enquanto elas são 31% de todos os funcionários da gigante de tecnologia. O dado final fornecido pela empresa é de que uma mulher ganha 99,7 centavos para cada dólar que um homem recebe.
Disparidade no Vale do Silício
Os dados da pesquisa se tornaram públicos cerca de um mês após o Google ter sido questionado internacionalmente por seu tratamento da mulher depois que o engenheiro James Damore, já demitido pela companhia, publicou um manifesto "antifeminista" em que questionava o papel da política de diversidade da empresa, que acreditava que "protegia os mais fracos".
Desde abril, no entanto, o Departamento do Trabalho do governo americano investiga o Google justamente por causa de uma acusação de desigualdade nos salários pagos a mulheres e homens em cargos semelhantes.
E, ainda em agosto, o advogado de direitos civis James Finberg disse ao jornal britânico "The Guardian" que estava preparando uma ação pública de cerca de 60 mulheres contra a empresa por ganharem menos do que homens em posições (e com qualificações) semelhantes às delas. Outras ainda afirmaram, segundo James, que tiveram dificuldades para avançar em suas carreiras dentro do Google devido à "cultura [da empresa] que é hostil às mulheres".
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