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Como lidar com aquele colega que acaba de chegar e quer ficar na janelinha?

Getty Images
Imagem: Getty Images

Heloisa Noronha

Colaboração para o UOL

26/09/2017 04h00

Há pessoas que, na ânsia de mostrar competência e conquistar visibilidade no emprego novo, acabam parecendo arrogantes e até atropelam ou ofendem aqueles com mais experiência e tempo de empresa. Antes de declarar guerra e ódio eterno ao novo coleguinha de trabalho, siga essas dicas:

Não bata de frente

Muitas vezes, o novato não se dá conta de que está agindo errado. Por isso, seja cordial e dê aquela situada sobre as regras e "quem faz o quê", sem arrogância. Em geral, passamos mais tempo com as pessoas do trabalho do que com familiares e amigos. Gerar conflito torna o clima ruim. Não vale a pena desgastar uma relação que mal começou.

Evite praticar bullying

Criticar, ameaçar, punir, ignorar ou deixar de falar com a pessoa não são atitudes maduras. E, assim como nos tempos de escola, os efeitos são devastadores. Já que ninguém muda ninguém, as transformações só acontecerão se a pessoa quiser e sentir o ambiente propício para isso. Abra a guarda

Será que o problema é você?

A chegada de um elemento novo no cotidiano sempre causa algum tipo de desequilíbrio, pois perturba a ordem até então vigente. Talvez o entusiasmo e a vontade de arregaçar as mangas do recém-chegado mexam com você, pois traz à tona algumas insatisfações e questões mal resolvidas. Pegue esse incômodo e use como uma ferramenta de autoconhecimento.

Arrogância pode esconder medo de rejeição

Muitas vezes, agir e se sentir dono do pedaço é uma forma de proteção para as dificuldades que a pessoa sabe que enfrentará no novo ambiente de trabalho. Arrogância pode ser uma tática para disfarçar fragilidades, inseguranças, dificuldades e até baixa autoestima. Lembre-se: as pessoas de difícil convivência são as que mais precisam de apoio e dicas.

Aproxime-se

Nem que para isso seja necessário engolir a antipatia inicial. Dê boas-vindas com gentileza, apresente o colega à equipe, chame para almoçar, informe sobre projetos em andamento, troque ideias sobre as experiências profissionais de vocês... Demonstrar interesse e acolher ajuda a diminuir a tensão --e, possivelmente, a necessidade dele de impressionar ou aparecer.

Continue a fazer a sua parte

Não tome o comportamento do outro como pessoal. Isso é dele, é o padrão dele, cumpra suas tarefas e preocupe-se em fazer o seu melhor!

Sinalize exageros

Analise a pessoa: ela pode estar apenas tentando ser simpática e demonstrar iniciativa; talvez nem tenha se dado conta de que está forçando a barra. Tente dar alguns toques para que ela observe mais e contenha um pouco os posicionamentos, pelo menos nessa fase inicial. Caso as dicas sutis não funcionem, chame a pessoa para um almoço ou café. O diálogo é sempre a melhor opção.

Reflita: é comum errar querendo acertar

Os seres humanos são diferentes e reagem a situações de maneiras distintas. Quem "chega chegando" pode ter passado por alguma experiência negativa no emprego anterior devido à timidez e, por isso, acabou exagerando na dose. Dicas como "demonstre interesse", "participe", "dê sua opinião" ou "mostre sua marca pessoal", por exemplo, podem ser levadas ao pé da letra, fazendo com que muita gente extrapole na chatice e no jeito invasivo.

Seja firme se necessário

Algumas pessoas são mais competitivas, mesmo. Desde que o novato não queira puxar o tapete de ninguém, aceite essa característica e continue a trabalhar como sempre fez. Entretanto, uma postura mais incisiva deve ser colocada em prática se o colega passa a pensar individualmente e esquece que antes dele chegar já existia uma dinâmica de trabalho. Em casos extremos, vale posicionar o chefe sobre a situação.

FONTESCarla Caetano, psicóloga organizacional e coach, de Ribeirão Preto (SP); Cynara Bastos, supervisora de Carreiras do Instituto Ibmec/MG; Flávia Ferreira, country manager do site Trabalhando.com Brasil; Izabel Failde, psicóloga organizacional e consultora desenvolvimento pessoal e autoliderança, de São Paulo (SP), e Valéria Calipo, docente e coordenadora do curso de Gestão em Recursos Humanos da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo)