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Estudo mostra que estereótipos de gênero afetam crianças cada vez mais cedo

Projeto mostra que meninas podem ser o que quiserem ser independente do gênero - Divulgação
Projeto mostra que meninas podem ser o que quiserem ser independente do gênero Imagem: Divulgação

Do UOL

09/10/2017 17h08

De acordo com um estudo divulgado na última semana pela Organização Mundial de Saúde e Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, não importa se você cresce na Índia, China ou nos Estados Unidos - quando se trata de aprender o que significa ser uma menina ou um menino, prevalece um estereótipo universal: as meninas são fracas e os meninos são fortes. O estudo foi realizado com 450 crianças de 10 a 14 anos em 15 países, incluindo Bélgica, Egito, Quênia e Nigéria.

Desde muito novas meninas recebem a mensagem que são vulneráveis e que seus corpos são um alvo. Por isso devem cobrir e manter seus corpos longe dos meninos. "Se você é uma menina, você está de guarda. Se você é um menino, você aprende que você é um agressor. É como uma profecia auto-realizadora", diz Robert Blum, professor do departamento de saúde populacional, familiar e reprodutiva da Johns Hopkins.

"Devido à falta de modelos, muitas meninas não acreditam em sua capacidade de liderança e, efetivamente, em estar à frente de um projeto que realmente possa mudar o mundo", afirma Deborah De Mari, idealizadora do projeto "Força Meninas" que tem como principal objetivo apresentar esses modelos para que as meninas se espelhem neles. Deborah é pesquisadora nas áreas de Gênero, Liderança, Habilidades do Século 21 e o Futuro da Educação e concluiu o curso Girls Leadership Professional Development Training (GLPDT), em Boston/EUA.

Ainda de acordo com a estudiosa brasileira, é importante quebrar os estereótipos durante a infância e reforçar essa ruptura durante a adolescência quando as opiniões se firmam de fato.

Uma garota em Assiut, no Egito, estava entre as mais "angustiantes", segundo Blum. Ela disse aos pesquisadores - "Agora, olho para mim no espelho e eu digo: 'Sim, eu cresci. Eu não posso sair mais’”. Um garoto de 11 anos de Hanói, no Vietnã, fez um questionamento parecido ao ser proibido de brincar com sua melhor amiga - "Por que não posso mais brincar com ela? Não é justo".

Para refletir sobre o assunto, o projeto "Força Meninas" vai realizar em São Paulo o evento “Mude o mundo como uma menina” com palestras e apresentações culturais, no dia 21 de outubro na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi dedicado a garotas com idades a partir de 6 anos e seus responsáveis. As palestras serão de 10 minutos cada, intercaladas com apresentações com performance de dança e teatro, entre outras surpresas.