A verdade por trás das dicas mais comuns para renovar a relação
Variar o jeito de transar, investir num jantar romântico e surpreender o par são algumas das sugestões típicas dadas aos casais - em especial, os que estão há muito tempo juntos - que desejam dar uma renovada no relacionamento. Nem sempre, porém, as coisas saem como o esperado, porque assim como as pessoas mudam com o passar dos anos, a relação também vai se alterando e nem sempre aquele frescor todo do começo é possível de ser resgatado.
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Nada disso deve impedir ninguém de tentar, mas é importante ter em mente que algumas situações podem não sair como o planejado. E nem por isso precisam ser ruins, porque a convivência amorosa também é construída por micos e frustrações. Veja alguns exemplos que, apesar do desfecho, podem garantir boas risadas e aumentar a cumplicidade:
Expectativa: jantar romântico com direito a dedos entrelaçados sobre a mesa e troca de olhares embevecidos.
Realidade: o castiçal que dá o clima começa a irritar e vocês não esperam nem cinco minutos para apagar a vela. Após superarem aquele odor chato de pavio queimado, vocês namoram um pouco, mas logo começam a falar de assuntos domésticos, tretas do trabalho, os baphos do último almoço de família... No caso de quem tem filhos, os pimpolhos ocupam 95% da conversa. Vocês reclamam baixinho do valor da conta, mas vão embora satisfeitos - e com os dedos entrelaçados.
Expectativa: variar as posições na cama e gozar como nunca
Realidade: após uma série de estiramentos, câimbras, torcicolos e outros problemas musculares, vocês decidem voltar para a variação tradicional de sempre, que nunca decepciona.
Expectativa: deixar as crianças na casa dos avós e transformar a casa num antro da perdição
Realidade: 10 minutos fazendo sexo no sofá e três horas e meia comendo um monte de porcarias e maratonando o seriado predileto no Netflix sem se preocupar em abaixar o volume ou pular as partes polêmicas.
Expectativa: trocar mensagens picantes ao longo do dia como forma de iniciar as preliminares.
Realidade: as mensagens de WhatsApp trocadas pelos casais de hoje ainda serão objeto de estudos antropológicos futuros, pode apostar. Entre uma frase safadinha e outra, rola sempre uma piada do tipo: "Adivinha como eu vou te esperar hoje à noite?". E a pessoa: "Com o jantar pronto e a roupa passada?". Emojis malandrinhos, listas de supermercado e frases-desabafo sobre os respectivos colegas de trabalho dividem a cena com promessas sexuais e demais conteúdos sacanas, tornando a conversa toda uma baita bagunça.
Expectativa: fazer uma segunda lua de mel dos sonhos
Realidade: tentar repetir a emoção - e a performance sexual - da primeira vez pode ser uma fria se a expectativa do casal for alta demais. Mais do que ficar no quarto transando horas a fio, é possível que os dois prefiram fazer valer cada centavo do pacote explorando os lugares do roteiro. Depois de um dia andando sem parar, o mais provável é queiram curtir uma boa noite de sono para acordar cedo na manhã seguinte. Isso sem contar que alguns imprevistos na viagem - e eles sempre acontecem - podem gerar brigas se o casal não estiver bem afinado.
Expectativa: sair com a turma de casais para uma noitada
Realidade: a resistência ao álcool dificilmente será a mesma dos tempos áureos. A probabilidade de vocês começarem a bocejar antes mesmo da meia-noite é grande, principalmente se vocês tiverem filhos pequenos que costuma acordar às seis da matina no maior pique. Outro choque pode acontecer na interação com os casais: diante de comentários preconceituosos ou piadinhas, é bem possível que vocês olhem um para o outro com cara de súplica e saudades do sofá de casa.
Expectativa: fazer os olhos do par brilharem com um presente caro
Realidade: só se o brilho for de puro ódio. A não ser que vocês façam parte da classe AAA da sociedade brasileira, um mimo do tipo ostentação pode soar como uma bomba nos orçamentos domésticos mais apertados. Quem recebe o presente pode preferir algo bem mais simples ou, no caso de pessoas mais pragmáticas, pagar uma dívida, pintar a casa ou consertar o carro, por exemplo.
Expectativa: comprar fantasias e brinquedinhos eróticos para apimentar a relação
Realidade: não saber direito como usar as coisas que, como já foram abertas, não podem ser devolvidas à sex shop. Ou morrer de rir com o efeito das roupitchas sensuais, a meleca do óleo no lençol e, ainda, de cócegas com os acessórios do tipo "vibrantes". Relaxem, tudo na vida é experiência!
Consultoria | Lígia Baruch de Figueiredo, doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP (Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo) e coautora do livro "Tinderellas - O amor na era digital" (Ema Livros); Paulo Tadeu, criador da caixinha "O jogo das confissões" (Matrix Editora), e Rejane Sbrissa, psicóloga de São Paulo (SP)
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