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Choro do bebê pode ter várias causas, saiba identificá-las

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Imagem: iStock

Gabriela Guimarães e Carolina Prado

Colaboração para o UOL

09/11/2017 04h00

Nos primeiros dias de vida, é natural que seu filho chore bastante. “Nascer não é fácil. Dentro do útero, o bebê estava contido, era embalado toda vez que a mãe se movimentava, ouvia os sons mais abafados, estava aquecido na medida certa, no escurinho. Ter que se adaptar a um universo completamente diferente pode ser bem estressante”, conta Paula Woo, pediatra especialista em neonatologia.

É claro que essa reação exacerbada pode ser controlada se os pais ajudarem o bebê a sentir-se mais seguro e confortável. A seguir, algumas dicas de como fazer isso, dependendo do comportamento do recém-nascido.

Qual é a causa?

No início, o jeito mais fácil de descobrir o motivo do choro é por eliminação. As razões mais frequentes são fome ou desconforto.

  • Se o bebê acordou chorando e está há mais de três horas sem mamar, provavelmente precisa se alimentar, pois suas reservas já acabaram.
  • Porém, se ele continuar chorando mesmo após o aleitamento, o próximo passo é verificar a fralda e a quantidade de roupa. Afinal, ele não tem outra maneira de dizer que está sujo, com frio ou calor.
  • Quando o choro é de cansaço, vem acompanhado de outros sinais característicos, como bocejos e tentativas de esfregar os olhinhos, tais como acontece com crianças um pouco mais velhas. Nesse caso, além de embalar o bebê, vale tentar mantê-lo bem enroladinho em uma manta ou em um cobertor fino, para que se sinta mais protegido.
  • Já o choro que indica cólica costuma ser mais agudo, intenso e pode se prolongar por horas, com pequenos intervalos entre uma crise e outra. Dar banho morno no ofurô ou na banheira pode ajudar a aliviar o incômodo, bem como aplicar uma massagem relaxante específica para bebês, a exemplo da Shantalla.

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Como saber se o choro é normal?

Segundo a pediatra do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Claudia Fenile, o choro do recém-nascido é preocupante quando vem acompanhado de outros sintomas, tais como febre, manchas na pele ou dificuldade de respirar. Nesse caso, o médico deve ser procurado imediatamente. Também é preciso consultar o pediatra quando o choro do bebê é fraco e o recém-nascido parece estar mais apático, desinteressado até mesmo do aleitamento materno. Isso pode indicar um problema de saúde mais sério, que precisa ser investigado.

Como faço para o bebê se acalmar?

Qualquer que seja a causa do choro, é importante fazer o possível para tranquilizar o bebê. “É fundamental segurar a criança com firmeza para transmitir segurança”, garante a Dra. Ana Maria Cruz, neonatologista do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim). “Geralmente, os recém-nascidos ficam mais tranquilos de barriga para baixo e bem enroladinhos, como um charutinho, pois se mantêm aquecidos assim”, completa a Dra. Claudia Fenile. Lembrando que é importante não apertar muito as perninhas do bebê e garantir que o rosto fique totalmente livre, sem contato com nenhum tipo de tecido.
Os médicos indicam, ainda, que se reduzam os sons e as luzes do ambiente em que o bebê está. Aplicativos de celular que trazem sons que simulam os ruídos intrauterinos são outra alternativa interessante. Vale a pena testar e ver o que funciona -- ou não -- com o seu filho.

O que eu devo evitar?

Na ânsia de resolver a situação rapidamente, muitos pais deixam o ambiente ainda mais agitado – e o bebê também. Por isso, se tentar de tudo e o recém-nascido continuar chorando sem parar, dê a si mesmo um tempo para respirar e não se sinta culpado por não saber exatamente como lidar com a situação. Entregue o bebê a alguém de sua confiança e que esteja disponível, por alguns minutos, até que você consiga se acalmar. Nesse intervalo, tome um banho relaxante, caminhe por alguns minutos em um lugar aberto ou simplesmente respire fundo por algumas vezes, sozinho e em silêncio, antes de voltar ao seu posto. Caso contrário, será impossível garantir um ambiente calmo, condição necessária para que o bebê consiga, enfim, relaxar.

FONTES: Ana Maria Cruz, neonatologista do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim). Paula Woo, pediatra especialista em Neonatologia. Claudia Fenile, pediatra do Hospital e Maternidade São Cristóvão.