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Nem todo óleo de coco é bom para o cabelo; veja como acertar no produto

Paula Roschel

Colaboração para o UOL

30/11/2017 04h00

O óleo de coco desbancou, em popularidade e praticidade, outros produtos que faziam a cabeça das brasileiras, como a manteiga de karité e o óleo de argan. Mas é necessário tomar cuidado com a procedência, quantidade e forma de aplicação desse verdadeiro ouro líquido da beleza:

O que faz o óleo de coco ser tão desejado?

O coco é abundante em nosso país, o que faz dele uma opção mais sustentável do que ativos importados e de difícil extração. E seus benefícios vão muito além: “O óleo de coco possui capacidade emoliente: penetra nos espaços entre as células, melhora sua coesão e confere aspecto mais liso e macio. Por também possuir efeito anti-inflamatório e antisséptico, é uma opção interessante para o controle da coceira em algumas doenças de pele. Devido seu poder hidratante, deve ser evitado em regiões em que há naturalmente maior oleosidade”, diz a dermatologista Denise Chambarelli.

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Posso usar o óleo de coco culinário nos fios, esses que são comprados em mercados e casas de produtos naturais?

Apesar de ser o mais popular, o óleo de coco de uso culinário não é o mais indicado para se tornar o melhor amigo dos seus fios, como explica Sonia Corazza, engenheira química especializada em Cosmetologia: “O ideal é sempre usar a gordura de coco de grau cosmético, pois passou por processos de purificação que garantem a adequação de uso para pele, cabelos e unhas”. Se for comprar o óleo do mercado mesmo, fique de olho no rótulo para ver se o produto é puro, sem outros componentes como essências, outros óleos e produtos químicos.

Como saber se a fórmula tem óleo de coco mesmo e não apenas cheiro?

“Quando a fórmula tem óleo de coco na composição, você encontra o componente na nomenclatura internacional como Cocos nucifera Oil”, esclarece Márcio Accordi, biólogo especialista em cosmetologia e diretor da Biozenthi Laboratórios Cosméticos. Ele ainda alerta: “Alguns fabricantes utilizam apenas a fragrância do coco nos produtos”.

A água de coco tem algum benefício para os fios ou para o couro cabeludo?

“Podemos usar a água de coco nos cabelos fazendo um banho com ela, deixando agir para ter a permeabilidade no couro cabeludo e cabelos, e depois enxaguando com um xampu hidratante, de preferência de coco” indica Márcio.

Vale usar xampus com óleo de coco ou só máscaras e finalizadores?

A gordura do coco pode ser utilizada também em fórmulas de xampus. Além disso, ainda é possível explorar outras variações do fruto, como sua água fermentada com lactobacilos ou manteiga combinada com aloe vera, ambas hidratantes e já presentes em formulações cosméticas distribuídas no mercado.

Posso usar óleo de coco no couro cabeludo?

“Não gosto de usar a gordura de coco diretamente sobre a pele do couro cabeludo devido ao seu alto potencial comedogênico, pois pode provocar o aparecimento de erupções nesse tipo de pele tão sensível”, alerta Sonia Corazza.

Posso passar óleo de coco no cabelo e me expor ao sol? 

Suas mechas podem queimar severamente se você deixar o óleo de coco puro sobre os fios e se expor ao sol ou outra fonte de calor, como secadores. Se optar pela umectação do cabelo com o óleo puro, deixe o produto agir por, em média, 20 minutos e depois enxágue.

O óleo de coco pode mesmo alisar o cabelo?

O assunto é polêmico, pois envolve mais uma impressão do que um resultado duradouro: “As únicas maneiras de alisar um cabelo com qualquer grau de encaracolamento é usando um ativo que quebre as pontes de enxofre presentes na cisteína, contida na queratina, e isso a gordura de coco não faz!”, garante Sonia. Ela ainda explica que essa gordura concede lubrificação ao fio crespo, tornando assim essa estrutura mais fácil de moldar: “Mas esta modelagem é temporária e jamais consegue ser um alisante”, finaliza.