Aborto: Confira o que 14 famosas pensam e como se posicionam sobre o tema
No Brasil, aborto é crime — a não ser em casos específicos, como quando a mãe foi estuprada ou quando carrega um feto anencéfalo. No entanto, o assunto voltou a ser amplamente discutido depois que a PEC 181, um projeto de lei que pode proibir a prática mesmo nestas situações, foi aprovada por uma comissão na Câmara dos Deputados.
Por isso, mulheres famosas como Malu Mader não têm perdido a oportunidade de se posicionar sobre o tema que, certamente, interessa a todas. Veja o que algumas celebridades pensam sobre isso:
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Malu Mader
Na última quarta, 6, Malu Mader falou sobre o que pensa sobre o tema no programa "Encontro", da apresentadora Fátima Bernardes. "Estou aflita. Ninguém é a favor do aborto, não existe uma questão de ser a favor ou não ser. É uma questão de que ele existe. Muitas mulheres fazem aborto, muitas mulheres morrem e sobretudo as mulheres pobres, então mais uma vez é a sociedade criminalizando apenas a mulher pobre. É uma questão de discutir isso, realmente, de fato, porque na verdade a mim me parece que não importa muito a vida dessa mulher, se ela vai morrer ou não", disse.
Ela ainda complementou. "Estava tão inflamada aqui, parecia que eu estava defendendo o aborto. De fato, eu acho uma coisa horrível também. Eu quando comecei minha vida sexual, antes mesmo, quando eu previa que aquilo ia começar — mas aí já é uma visão privilegiada — eu tinha um ginecologista me acompanhando, uma mãe conversando em casa podendo me dar atenção, pude falar com ele [sobre] 'o que é 99%, 100% de chances de não poder engravidar?', porque eu também tinha pavor dessa ideia".
"Mas a mulher que está nesta situação, ela está em desespero. Acredito que toda a mulher que tenha essa questão esteja em desespero. Então ela devia ter sido atendida antes com quem está tão preocupado com a vida alheia. O governo ao invés de abandonar ali à sua sorte, devia prestar atenção, informar, dar camisinha. A gente não falou de homem, né? Como se o filho nascesse só da mulher. Aquela carga, decisão, fica sempre pra mulher ser penalizada com essa decisão", completou.
Cleo Pires
"Não sou a favor do aborto por dois motivos. É contra os meus valores e é muito traumatizante. Mas acho que as mulheres têm o direito e o dever de saber o que fazer com o próprio corpo. E as pessoas vão continuar fazendo aborto sem o mínimo preparo, o que é horrível", disse a atriz à revista Marie Claire em 2010.
Camila Pitanga
"Uma vez que o aborto é praticado, penso ser inadmissível que o Estado seja alienado desse problema. Eu pessoalmente não faria o aborto, mas entendo que é uma realidade que precisa ser cuidada. É uma questão de saúde pública, gente! Mulheres pobres e negras estão morrendo – já mulheres que têm condições fazem e não morrem. Respeito as religiões, no entanto isso é algo do foro íntimo de cada pessoa, disse a embaixadora nacional da ONU Mulheres à revista "Glamour" em 2015.
Ainda em um papo com o UOL em novembro de 2017 sobre a PEC 181 — projeto de lei que pode criminalizar o aborto em qualquer caso no país — Camila disse: "Não consigo entender a falta de solidariedade com mulheres que foram estupradas ou correm risco de vida. É um assunto sério, extenso, delicado e sensível sobre autonomia do corpo e que não pode ser decidido por uma 'canetada' de homens”.
Anitta
"Olha... Eu não faria, mas acho que as pessoas têm que ser livres para fazer o que elas quiserem. Não adianta legalizar e nem proibir, você precisa informar. Você tem que ensinar os motivos das coisas. Mas isso leva tempo, dinheiro e dedicação. Então é muito fácil proibir", afirmou a cantora à revista "Women's Health".
Bruna Marquezine
"O que eu acho que falta no mundo hoje é empatia. Tento sempre me colocar no lugar do outro. Não tive nenhum caso de aborto na minha família e nunca vivi isso [de perto]. Então não sei o que leva uma mulher, em que condições ela se encontra para desejar abortar. Para mim, filho é uma bênção. Mas quem sou eu para julgar o outro? Acho que falta respeito com a decisão do outro, com a vida do outro, o corpo do outro. Sou a favor de respeitar o próximo", afirmou Bruna.
A atriz ainda revelou que o tema é difícil para ela. "É uma questão que, para mim, é conflituosa porque sou cristã e o meu maior sonho é ser mãe. Fico pensando que eu não conseguiria. Mas o outro talvez precise. É uma questão em que fico muito dividida. E se for um estupro? Eu não sei o que eu faria. Então como vou julgar a decisão do outro? Não tenho uma resposta certa para isso", explicou.
Cássia Kis Magro
Cássia já fez um aborto, quando tinha 30 anos, mas hoje se posiciona contra a descriminalização do procedimento. "Eu já me perdoei, mas às vezes fico contando a idade desse filho que eu teria tido”, disse em 2015 em entrevista ao jornal "O Globo".
Sophia Abrahão
A apresentadora do "Vídeo Show" afirmou à revista "Glamour" de dezembro de 2017 que acredita na liberdade quando o assunto é terminar uma gravidez. "Falar de aborto é complicado, mas importante neste momento [na semana da entrevista, a Comissão Especial da Câmara dos Deputados havia aprovado a PEC 181]. Cada mulher deve ser livre para decidir o que fazer, seja qual for a circunstância. Pessoalmente, tenho muita vontade de ser mãe, mas ainda tenho tanta coisa para plantar antes disso".
Bruna Linzmeyer
Bruna participou em 2015 da campanha "Meu corpo, minhas regras", uma resposta às agressões que o filme "O Olmo e a Gaivota" — que tocava no tema aborto — recebeu à época de seu lançamento. Por isso mesmo, Bruna foi chamada de "assassina" e "hipócrita" nas redes. Desde então, ela continuou defendendo a autonomia da mulher sobre seu corpo em seu perfil e em manifestações.
Luiza Brunet
A modelo e atriz Luiza Brunet se diz favorável à legalização do aborto. "Principalmente em caso de estupro ou risco de vida. A educação sexual é muito importante e a gravidez precoce tem a ver com a falta dela em casa. Não sei o grau de educação sexual na escola, mas acho fundamental falar deste assunto o mais cedo possível, já que os adolescentes começam a vida sexual aos 12/13 anos. Eu abortei em 1979. Na minha casa não havia espaço para falar do assunto, existia um tabu. Casei com 16 anos e engravidei enquanto estava trabalhando e estudando. A decisão foi solitária. Não poderia ter um filho na época, ajudava minha família”, contou à "Glamour" em novembro de 2017.
Deborah Secco
No mesmo papo à "Glamour" em novembro, Deborah Secco também se posicionou. "Não sou a favor do aborto em todos os casos porque acredito que também temos que respeitar a vida. Mas sei que casos específicos devem ser avaliados porque são necessários, principalmente quando falamos de mulheres que foram aviltadas, violentadas. O que também é outro desrespeito à vida. No entanto sei que é, sim, inadmissível que políticos decidam o direito ao aborto mediante preceitos religiosos sem, mais uma vez, ouvir a sociedade que eles servem e que deveriam funcionar como espelho", ponderou.
Sonia Braga
Em entrevista à revista "Elle", Sonia contou que já abortou mais de uma vez. "No primeiro, eu era muito criança. Tinha 17 anos. Se não tivesse um médico de confiança, eu poderia ter morrido. Crime é o aborto não ser legal no Brasil", acredita.
Taís Araújo
"Se sou a favor do aborto? Sou a favor da saúde da mulher. Não dá para as meninas e mulheres ficarem morrendo a torto e direito. Aborto é um problema de saúde pública e educação. Não dá para ignorar que as pessoas o fazem. O grande problema é que alguns fingem que ele não existe e colocam a religião na frente e, enquanto isso, mulheres estão morrendo", disse Taís ao jornal "O Dia" em março de 2017.
Sandy
"Aborto, sob o ponto de vista jurídico, é crime. Eu defendo a descriminalização, principalmente quando a gravidez representa risco para a mulher ou para o bebê", disse a cantora ao jornal O Globo em 2012, quando também afirmou que é "muito retrógrado não usar camisinha".
Elba Ramalho
Apesar de já ter feito um aborto no passado, Elba se posiciona contra o aborto em qualquer situação. "O que me levou a participar do Movimento Pró-Vida e me tornar uma Pró-Vida atuante foi a experiência na carne a na alma do aborto. Quando uma mulher passa por isso, isso deixa marcas profundas na mulher. Então, foi a minha forma de ressurgir, de me remodelar, de me reestruturar, de ganhar confiança e capacidade de produzir a vida, quando num momento da minha vida eu produzi a morte. A gente não está aqui para produzir a morte. O mundo precisa de pessoas que produzam a vida, produzam a paz, produzam o bem, o bem comum", disse no documentário "Blood Money - Aborto Legalizado".
"Qualquer mulher é mais feliz se não abortar. Existe sempre uma sequela que fica. Tem gente que toma drogas ou tenta o suicídio para esquecer. Liberar o aborto é abrir um precedente complicado: uma sociedade que investe contra a própria espécie. São crianças inocentes no ventre de uma mãe", afirmou ainda em 2016 à revista "Época".
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