Você usaria um acessório de dentistas no sexo oral? Conheça o "dental dam"
Você já deve ter visto este acessório durante uma visita ao dentista. E, provavelmente, não deve ter desconfiado de que ele também é utilizado para um procedimento bucal, digamos, mais íntimo.
O "dental dam" ("barreira dental", em tradução livre) é uma folha de látex, comum em consultórios odontológicos. Embora nada popular, o item é reconhecido oficialmente nos Estados Unidos como um dos métodos para não se contrair doenças sexualmente transmissíveis no sexo oral feito em mulheres.
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O "dental dam" evita o contato direto da boca e a área genital do(a) parceiro(a), seja a vulva ou o ânus (ou os dois). O látex fino transmite ainda um pouco de calor aos movimentos feitos para língua.
Há um passo a passo elaborado pelo Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos, que indica como se deve usar o "dam" durante a transa.
Embora não haja um estudo detalhado, o centro afirma que o "dam" é um método seguro para se evitar transmissão de doenças contraídas durante o sexo, entre elas a sífilis e a clamídia.
Mesmo sucesso de crítica, o público ainda não é bem inteirado ao assunto.
A publicitária B.*, 26, ficou espantada ao descobri-lo. "Estava respondendo a uma pesquisa de um novo aplicativo de ciclo menstrual. O questionário trazia perguntas sobre minha vida sexual. Quando me foi perguntado sobre a última vez que usei o 'dental dam', eu soltei um: 'usei o quê'?", relembra. Como desconhecia, nunca utilizou na cama. E ela não está sozinha.
Com sabores lá fora, nenhum por aqui
Nos Estados Unidos há marcas pequenas que produzem e vendem o produto para fins sexuais, em sabores como menta e frutas vermelhas.
Por aqui, porém, a companhia responsável pelas marcas Olla e Durex, duas das maiores fabricantes de preservativos no país, informou ao UOL que não produz produtos similares ao "dental dam". A sugestão das empresas é recortar e usar preservativo masculino, especialmente os modelos com sabores, para a prática do sexo oral.
Não à toa, cortar o preservativo masculino é uma alternativa reconhecida pelo centro de doenças norte-americano para o "dental dam" (veja abaixo).
Recorte as duas pontas da camisinha masculina. Faça mais um corte ao meio e transforme a camisinha em quadradinho de látex, que deve ser colocado acima de toda a região.
Mesmo que de certa forma desengonçado, o "dam"se integra aos métodos diferenciados para estimular o uso e diminuir a propagação de doenças sexualmente transmissíveis, foco de laboratórios, empresas e agências de saúde em todo o mundo.
Por exemplo: o Ministério da Saúde diz ter constatado um aumento no número de Aids entre jovens de 15 a 24 anos, sendo que de 2006 e 2015 a taxa entre aqueles com 15 e 19 anos mais que triplicou, passando de 2,4 para 6,9 casos a cada 100 mil habitantes.
Enquanto isso, as mulheres é que saem perdendo. Especialistas afirmam que ainda os métodos voltados à mulher para se evitar DSTs ainda são menos promovidos e comercializados, além da pesquisa médica sobre a sexualidade feminina ser escassa.
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