Escândalo de assédio derruba dirigentes da federação de ginástica dos EUA
Durante duas décadas, o médico da equipe de ginástica olímpica norte-americana Larry Nassar, 54, abusou sexualmente de mais de uma centena de atletas. A estimativa é de que tenham sido mais de 160 mulheres, incluindo campeãs olímpicas.
Os primeiros relatos de abusos datam dos anos 90, e a primeira denúncia aconteceu em 2016. Nesse período a Federação de Ginástica dos Estados Unidos não tomou providências sobre o caso ou contra o médico. Durante o julgamento que condenou Larry a 175 anos de prisão, vítimas acusaram a federação de conivência e acobertamento.
Nesta sexta (26), porém, todos os altos dirigentes da instituição anunciaram a demissão. Durante a semana, presidente, vice-presidente e tesoureiro da federação já haviam aberto mão do cargo devido à condenação do abusador.
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Além disso, a cúpula se afastou mediante o anúncio do Comitê Olímpico americano, que informou na quinta (25) a abertura de uma investigação que poderia revogar o certificado da federação caso os antigos cartolas permanecessem nos cargos.
Entenda o caso
Larry levava atletas lesionadas para receber um suposto “tratamento especial”. Chegando lá, colocava os dedos na vagina das jogadoras, acuadas e sem autoridades a quem recorrer.
As denúncias só foram para frente após a repercussão da hashtag #MeToo, que uniu relatos de vítimas que sofreram episódios de assédio sexual -- como estupro, perseguição e jogo de influência.
Na última semana, durante o julgamento do caso Larry Nassar, a promotoria montou um júri no qual vítima e acusado ficaram frente à frente.
Os relatos chocantes de assédio e estupro causaram comoção no mundo. “Acabei de assinar sua sentença de morte”, disse a juíza Rosemarie Aquilinia, que sentenciou o abusador a 175 anos de prisão.
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