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Mulheres protagonizam um mundo em evolução


A semana: Uma Thurman, desafio do desodorante e inflação em queda

Daniela Carasco

do UOL, em São Paulo

11/02/2018 04h00

Os acontecimentos, as pessoas e as iniciativas que fizeram barulho nesta semana, impactando a vida e o olhar das mulheres.

Uma Thurman: mais uma vítima de Weinstein

Quentin Tarantino, Uma Thurman e Harvey Weinstein durante um evento de cinema - Divulgação - Divulgação
Quentin Tarantino, Uma Thurman e Harvey Weinstein durante um evento de cinema
Imagem: Divulgação
O levante hollywoodiano contra o assédio sexual parece longe do fim. Esta semana, foi a vez de Uma Thurman revelar também ter sido vítima do produtor Harvey Weinstein. O executivo se aproximou da atriz após o sucesso de “Pulp Fiction”, filme de Quentin Tarantino. Em entrevista ao “The New York Times”, Uma contou que a primeira investida do magnata foi um convite para uma conversa na sauna de um hotel em Paris. Tempos depois, em Londres, ela foi forçada a ter relações sexuais com ele. Seu relato, porém, não parou em Weinstein. A atriz descreveu ainda seu trabalho no set de “Kill Bill” como uma outra forma de abuso. Ela foi forçada por Tarantino a atuar em uma cena perigosa sem dublê e acabou se envolvendo em um grave acidente de carro, cujas marcas deixadas pelo corpo permanecem até hoje.

“Desafio” do desodorante faz primeira vítima

A morte de uma menina de sete anos, de São Bernardo (SP), acendeu o alerta para pais e especialistas sobre o polêmico “desafio do desodorante" lançado nas redes sociais. Propagado como uma espécie de brincadeira, ele convence o participante a inalar desodorante aerossol e, em seguida, prender a respiração. Essa prática teria sido responsável por uma parada cardíaca na criança, segundo a mãe. Essa onda de desafios na web, aliás, não é nova. Portanto, qual seria o papel dos responsáveis no controle dos riscos? Psicólogos e pediatras comentam.

Cem anos de voto feminino

6.fev.2018 - Parlamentares do Labour Party posam do lado de fora do Parlamento Britânico no centenário do voto feminino - Niklas Halle'n/AFP - Niklas Halle'n/AFP
Parlamentares do Labour Party posam do lado de fora do Parlamento Britânico no centenário do voto feminino
Imagem: Niklas Halle'n/AFP
O direito ao voto feminino no Reino Unido só se igualou ao masculino em 1928. O primeiro passo, porém, foi dado em 1918, com a Lei de Representação do Povo, que autorizou o sufrágio a mulheres com mais de 30 anos. Por isso, na terça-feira (6), as britânicas saíram às ruas para comemorar um século desta conquista inicial e, claro, pedir por mais. Além da disparidade salarial entre gêneros, elas jogaram luz sobre escândalos de assédio sexual nos aposentos do Parlamento e sobre a renúncia de uma política trabalhista que acusou o partido de sexismo. “Cem anos no contexto da história é uma gota no oceano”, disse a advogada Julianne Hughes-Jennett.

Brasileira perde guarda do filho nos EUA e alega preconceito

A brasileira Carla McEwen, que vive nos Estados Unidos há 20 anos, onde foi casada com o escritor Scott McEwen, autor de “American Sniper”, teve seus direitos maternos cassados pela Justiça americana. A Corte de Família do Estado da Califórnia retirou-lhe, em dezembro, a guarda física e legal do filho de 13 anos. Agora, ela alega ter sido vítima de preconceito por parte das autoridades. “Fui tratada como uma bandida”, declarou à "Folha de S.Paulo". A razão, segundo ela, é o fato de ser brasileira. “O juiz ria da minha cara e fingia não entender o que eu dizia devido ao meu sotaque.”

Um hino pela neutralidade de gênero

Conhecido por acompanhar bem de perto as discussões mais atuais sobre gênero, desde a posse do primeiro-ministro Justin Trudeau, o governo canadense não para de avançar nesse sentido. A mais nova iniciativa foi encabeçada pelo Senado, que acaba de aprovar uma lei que altera um trecho do hino nacional para estabelecer “neutralidade”. O verso “In all thy sons command” (“Sob vossos filhos comanda”, em português) será substituído por “In all of us command” (“Sob todos nós comanda”).

Doritos para mulheres

Nachos ou Doritos - Eduardo Knapp/Folhapress - Eduardo Knapp/Folhapress
Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress
Mulheres precisam de um salgadinho só para elas? Foi essa a polêmica levantada nas redes após a CEO da PepsiCo Indra Nooyio declarar, em entrevista à Freakonomics Radio, que as consumidoras “adorariam comer Doritos como os homens fazem, mas não gostam de mastigar de forma barulhenta nem de sujar os dedos”. Ao ser questionada se a empresa estaria preparando algum lançamento diferente para homens e mulheres, ela disse que sim. “Estamos trabalhando nisso, e deverá acontecer em breve. Para elas (será) menos crocante, com o perfil completo de sabor.”

Inflação em queda

A conta de luz mais barata conseguiu compensar a alta dos alimentos e transportes, em janeiro, segundo levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,29%, 0,15 ponto percentual abaixo do 0,44% de dezembro. Esse é o índice mais baixo para o primeiro mês do ano, desde a criação do Plano Real, em 1994.

Tarsila do Amaral vai ao MoMA

Obra "Abaporu", da Tarsila do Amaral - Reprodução - Reprodução
Obra "Abaporu", da Tarsila do Amaral
Imagem: Reprodução
No segundo andar do MoMa, em Nova York, a obra “A Negra”, pintada há quase um século pela brasileira Tarsila do Amaral, morta em 1986, é o abre-alas de uma das mostras mais aguardadas na onda da revisão do repertório moderno de um dos museus mais famosos do mundo. “Abaporu” e "Antropofagia", dois outros trabalhos muito reconhecidos da artista, também farão parte da exposição.

Elas querem ocupar o Congresso dos EUA

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Da esquerda para a direita, Mikie Sherril, Amy McGrath e Elaine Luria durante seu tempo na Academia Naval dos Estados Unidos - Handout via The New York Times - Handout via The New York Times
Da esq. para a dir, Mikie Sherril, Amy McGrath e Elaine Luria durante seu tempo na Academia Naval
Imagem: Handout via The New York Times
Elaine Luria, Amy McGrath e Mikie Sherrill começaram suas trajetórias profissionais na Academia Naval dos Estados Unidos. Mas, agora, elas querem embarcar em uma missão que nenhuma mulher com a mesma formação conseguiu: ocupar cadeiras no Congresso nacional. Estimuladas pela forte onda de ativismo, que clama por mais mulheres na política norte-americana, elas fazem parte das 390 que vão concorrer aos mesmos postos, um número recorde.

Dupla jornada é vilã das juízas brasileiras

Uma pesquisa organizada pela comissão de mulheres da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) explorou quais são os fatores que impedem uma maior presença feminina na Justiça Federal. Elas correspondem a apenas 26% dos 1.654 membros. Segundo as 185 juízas federais ouvidas, o maior obstáculo é a jornada dupla da mulher (94%). Na sequência, citaram ainda  falta de apoio de maridos ou companheiros quando é preciso mudar de cidade (84%).

Reajuste na gasolina?

A Petrobras cortou o preço da gasolina em 3% nas suas refinarias, maior queda em quase três meses, mas não há muito o que comemorar ainda. Isso porque o reajuste não necessariamente será repassado ao consumidor na bomba. Os postos são livres para decidir se vão ou não aplicá-los, e na porcentagem que desejarem. Só resta torcer e aguardar!