Edging: técnica da "paradinha" promete orgasmos mais intensos
Imagine conseguir identificar claramente o momento em que está prestes a gozar, poder parar, recuperar o fôlego (mas sem desanimar) e, depois de um tempinho extra na transa, não só retomar a sensação como ainda ter um orgasmo ainda mais incrível do que poderia ter obtido antes da interrupção? É o que promete a técnica “edging”, que, apesar de a tradução (afiação) remeter à masturbação masculina, pode ser praticada por homens e mulheres.
Masturbar-se é, de fato, um bom treino de autocontrole para conseguir aplicar essa “paradinha” quentíssima com alguém, conforme ensina o guia a seguir.
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Mulheres
Por que é eficiente?
Para as mulheres, às vezes, o orgasmo surge sem avisar. A técnica da “paradinha” ajuda a perceber essa ocasião e a adiar o prazer, com a finalidade de prolongá-lo e ter um gozo mais explosivo.
Como identificar o momento certo?
Mais uma vez, a magia começa pela masturbação. Mas, para entender melhor como a escala do prazer feminino funciona, a sexóloga e terapeuta corporal Valeria Walfrido compara o corpo da mulher a um automóvel que precisa ser acelerado:
Ponto morto: relaxamento total;
Primeira marcha: iniciar estímulos, tocando-se levemente nos genitais e passando a outra mão pelo corpo;
Segunda: estimulação com mais capricho, explorando os pontos prazerosos e excitantes, como os mamilos;
Terceira marcha: estímulo maior nos lábios vaginais, clitóris e no contorno uretral, é o momento de perceber que a vagina está ficando molhada;
Quarta marcha: rosto vermelho, pele úmida de suor, palpitações, vontade de excitar cada vez mais o clitóris e adjacências;
Quinta marcha: “É o ponto sem retorno, ou seja, ladeira abaixo, ou melhor, ladeira acima”, brinca Valeria. “É possível sentir as contrações vaginais, uterinas e musculares cada vez mais fortes. Os olhos estão fechados, e o toque se intensifica para acabar em um delicioso orgasmo”, diz.
Para praticar o “edging”, o segredo está em prestar atenção na “velocidade” da terceira marcha e observar cuidadosamente a chegada da quarta, para ser capaz de acelerar ou reduzir a velocidade.
O que fazer?
“Diminuir a marcha equivale a interromper os toques, retirar o pé do acelerador é o mesmo que moderar a respiração e acionar o freio seria interromper todos os estímulos para que você mesma perceba a redução dos batimentos cardíacos e das pulsações genitais”, diz Valeria.
“Assim, dá para retornar a qualquer uma das outras marchas/etapas e recomeçar a acelerar e a reduzir algumas vezes até ir com tudo e alcançar o ponto sem retorno, e explodir de prazer em um gozo maravilhoso”, completa.
A dois, basta pedir um tempinho para o par, mudar um pouco as carícias (vale apenas estimular a pessoa) e retomar para depois ir até o fim.
Quando não praticar?
“A mulher precisa conhecer o próprio corpo antes de fazer com alguém, já que a técnica requer autocontrole”, fala Cristina Carneiro, ginecologista e obstetra. Ainda de acordo com ela, é bom evitar o uso de vibradores para os exercícios, pois o toque dos dedos é essencial para descobrir o momento certo de parar.
Homens
Por que é eficiente?
Primeiramente, por retardar a ejaculação e, assim, prolongar o prazer. De acordo com Valter Javaroni, chefe do Departamento de Medicina Sexual e Infertilidade da regional do Rio de Janeiro da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), o método é válido principalmente para homens depois dos 30 ou 40 anos, quando o período refratário – tempo de descanso necessário para o pênis se “recompor”– vai aumentando.
“É uma fase em que é importante para a satisfação que exista um controle adequado, evitando a ejaculação antes do desejado, pois gozar pode significar o final da transa. Então, quanto mais tempo desfrutando do prazer, adiando o orgasmo e prolongando a atividade, melhor”, explica. A técnica também ajuda a controlar a ejaculação precoce.
Como identificar o momento certo?
Segundo o educador sexual Ricardo Desidério da Silva, a sensação de prazer é mais perceptível na glande, principalmente durante a masturbação ou quando o cara recebe sexo oral.
“São alguns arrepios muito intensos, o que dá a sensação de que você vai explodir”, diz. Parece ainda que o sujeito acabou de correr, pois a respiração fica bem ofegante.
O que fazer?
“O segredo está na respiração. É preciso aprender a respirar, ou melhor, a controlar a respiração”, fala Ricardo. Quando estiver se masturbando e perceber que vai ejacular, respire fundo e faça uma pausa. Inspire, pare de se tocar e vá tomando consciência de como está a respiração. Repita esse movimento duas ou três vezes. Quanto mais se pratica, melhor será seu autocontrole.
Quando estiver transando com alguém e perceber que está prestes a gozar, descentralize a atenção do pênis por uns instantes, mesmo que isso signifique interromper a penetração. Faça sexo oral no par ou qualquer outra coisa que não inclua o órgão e depois volte a repetir o movimento.
“Continue até gozar, você vai perceber que o clímax foi mais intenso. É possível repetir isso algumas vezes, só depende de treino”, fala o expert.
“Na próxima masturbação, atingindo o máximo de excitação, reduza a intensidade dos estímulos para evitar o orgasmo. Prolongue a fase do ‘quase lá’ e aprenda a desfrutar do momento que antecede o auge. Perceba que, com uma fase de estímulo maior, o orgasmo se torna mais intenso e o volume de sêmen aumenta”, diz Valter Javaroni.
Quando não praticar?
Não é muito legal se você estiver com muito tesão e não vê a hora de pegar o par de jeito. E, claro, é bom ir percebendo a quantas anda o prazer da pessoa – cuidado com a vibe egoísta de curtir o momento sozinho. E evite o “edging” quando já existe dificuldade de atingir o orgasmo ou quando ocorre dor antes, durante ou após a transa.
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