Fiquei atordoada quando soube que meus gêmeos eram siameses
A diretora pedagógica Simone Barbosa, 39, foi da alegria ao desespero ao se descobrir grávida. Primeiro, soube que teria gêmeos. Depois, foi informada que os bebês eram siameses, ou seja, estavam colados.
“O médico disse que eles não sobreviveriam. Fiquei atordoada”, conta.
Levi e Israel não só resistiram como fizeram a cirurgia de separação e, hoje, estão com sete anos.
A seguir, Simone conta as batalhas que enfrentou.
“Foi uma alegria quando eu e meu marido descobrimos que eu estava esperando gêmeos. Já éramos pais do Nardier, que tinha 14 anos na época.
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Com cinco meses, fiz um ultrassom para saber o sexo dos bebês. O médico percebeu que havia algo de errado, mas não conseguiu identificar o quê. Só dava para ver que eles estavam abraçados de frente e que as pernas tinham um formato estranho.
Dois dias depois, fiz um novo exame e recebi a notícia de que meus gêmeos eram siameses e que, possivelmente, eram unidos pela barriga. O médico disse que as chances de sobrevivência eram mínimas.
"Fiquei três dias de cama, atordoada, só chorava"
Saí desse estado quando uma colega comentou que havia, no Brasil, um especialista em gêmeos siameses, o um cirurgião pediátrico Zacharias Calil.
Mandei um e-mail para o médico, contando a situação. Ele me ligou dizendo que poderia ajudar, mas eu, que morava em Fortaleza, teria de viajar para Goiânia, para ele me acompanhar. As crianças teriam de nascer lá.
Ele me tranquilizou falando que meus filhos tinham chances de viver, e que o tratamento seria gratuito, custeado pelo governo de Goiás.
A ideia era viajar no sétimo mês de gravidez, mas os gêmeos nasceram prematuros, em dezembro de 2010.
Ao nascerem, soube que os dois dividiam a bexiga, o intestino grosso, o intestino delgado e a genitália. Não tinha coragem de perguntar como eles estavam, com medo de ouvir o pior. Eles ficaram dois meses internados. Foi uma fase difícil.
"Ficava arrasada com os comentários maldosos das pessoas no hospital"
Passado um tempo, viajei com os meninos e uma amiga para Goiânia. Após os exames, foi constatado que não seria possível realizar a cirurgia de separação naquele momento, pois não havia pele suficiente para fechar o Israel. Era necessário colocar expansores, para aumentar o tecido. Moramos lá por cinco meses.
Em fevereiro de 2012, quando estavam com um ano e dois meses, eles foram, finalmente, separados. A cirurgia durou dez horas e contou com uma equipe de 40 profissionais.
Foi um dos piores dias da minha vida. Só fiquei aliviada quando o doutor Zacharias me chamou e disse que meus filhos estavam bem. Senti uma paz e uma emoção muito forte.
Hoje eles estão com sete anos, estudam e têm a rotina normal de uma criança. O Levi já anda, o Israel ainda não, mas ambos são saudáveis e muito alegres.
Quando olho para trás, sinto orgulho de onde chegamos. Passamos por muitas lutas e isso nos uniu ainda mais.”
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