Se o 'BBB' fosse um processo seletivo, alguém conseguiria um emprego?
Para a consultora Madalena Feliciano, diretora de projetos da Outliers Careers, de São Paulo, e presidente do IPC (Instituto Profissional de Coaching), a resposta à pergunta do título desta reportagem seria não.
Segundo a especialista, as qualidades que os jogadores vêm apresentando no reality show acabam sumindo diante de comportamentos nocivos, como manipulação, mania de fofocar, autoritarismo e até mesmo alegria em excesso.
Madalena diz que, segundo pesquisas recentes, mais de 70% das demissões atuais acontecem devido a falhas comportamentais. “De que adianta um funcionário cumprir prazos e desempenhar as tarefas com competência se apresenta atitudes tóxicas?", questiona ela.
Veja também
- Faça essas 7 perguntas na entrevista de emprego e deixe uma boa impressão
- Você se sairia bem em um processo seletivo?
- 6 dicas para sair na frente em um processo seletivo
"Em momentos de crise ou de reorganização, são as pessoas que contaminam o ambiente que acabam sendo escolhidas para sair”, diz a consultora. Portanto, se o "Big Brother Brasil" (Globo) fosse uma empresa e o prêmio de R$ 1,5 milhão de reais um cargo de prestígio, dificilmente, alguém o conquistaria. Veja a seguir o porquê.
Ana Clara
É uma participante que tem crescido conforme avançam as etapas do “processo seletivo”, ou melhor, do jogo. Sua justificativa para mandar Nayara para o paredão, por exemplo, foi muito bem colocada. Ela sabe se expressar e se mostra madura ao expor certas ideias, competências bem-vindas em qualquer cargo.
Porém, de vez em quando, mostra-se rebelde e arredia, de humor oscilante, e se solta de um modo não muito legal nas festas. Sabe aquela pessoa que sempre perde a linha nas festinhas da firma? Então…
Ayrton
Por ser mais velho, o pai de Ana Clara se acha o sábio. Em alguns momentos, a experiência de vida até faz a diferença. A idade, no entanto, nem sempre é acompanhada de maturidade e inteligência emocional.
Volta e meia, ele mete os pés pelas mãos e lança comentários infelizes e faz brincadeirinhas bestas. Assim, é tido como aquele típico tiozão mala, um tipo pouco apreciado nas empresas e que, em algumas circunstâncias, é até mal compreendido.
Ana Paula
Não foi à toa que foi eliminada logo no início do programa, com altos índices de rejeição. Embora tenha vencido Mara no primeiro paredão, porque o público achou que ela renderia mais no programa, a bruxinha se mostrou aquela pessoa que, pouco a pouco, vai contaminando o ambiente: manipuladora, dona da razão e falastrona.
Breno
É aquele sujeito que busca viver o momento e não antecipa muito as situações. Essa mania de desprezar a importância do futuro soma pontos contra. É também um tantinho vaidoso e infantil, já que, em certos momentos, parece mais querer se exibir e provar a si mesmo que é o tal (garanhão, bonitão, disputado) do que se concentrar no que de fato importa, o jogo (ou o trabalho).
Caruso
Até o momento vem se mostrando uma espécie de “ogro do bem”. O jeitão grosseiro e o linguajar adolescente podem causar antipatia –e boa impressão, em certas situações da vida, faz toda a diferença.
Diego
Estrategista, o brother não tem medo de expor opiniões e não se deixa levar por fofoquinhas e tentativas de manipulação. No entanto, às vezes, é debochado e venenoso além da conta.
Gleici
Tida como uma das favoritas a abocanhar o grande prêmio, é calma, humilde e direta. No entanto, segundo Madalena Feliciano, é uma participante que vem agindo de forma muito lenta dentro do jogo. “Será que o mercado de trabalho tem esse tempo todo?”, compara a especialista.
Jaqueline
A eliminada na segunda semana cometeu um erro grave, capaz de ceifar sonhos e chances tanto no mercado de trabalho quanto na vida: prometeu algo e depois não cumpriu. No caso, o colar do anjo para Mahmoud.
Jessica
Assim como Paula tem um lado sedutor que não hesita em usar para se beneficiar e ficar imune às tretas. Mas, para Madalena, enquanto Paula é mais focada em seus objetivos, Jessica não mostra sua face "corporativa". Parece que está ali a passeio, curtindo um romance adolescente de verão.
Kaysar
O sírio é alegre, divertido, brincalhão sem ultrapassar certos limites, relaciona-se bem com pessoas… “Tanta alegria pode despertar a desconfiança alheia e incomodar. É possível alguém ser sempre feliz assim?”, questiona Madalena.
Em uma empresa, será que alguém tão alto-astral seria cogitado para um cargo de responsabilidade? Há controvérsias.
Lucas
Quer protagonizar o papel de bom moço da casa, mas, na prática, fica em cima do muro e não se compromete totalmente. Além disso, tem um discurso –o de apaixonado pela noiva– que não se alinha à realidade, a paquera com Jessica.
Falta de comprometimento e discurso vazio são elementos que pegam mal em qualquer empresa. Outro ponto contra é que Lucas é vaidoso demais e gosta de elogios, e nem sempre vai ser alvo de confete como espera.
Mahmoud
Inquieto, dramático, impulsivo, explosivo… Mahmoud parece pertencer à turma “do bem”, mas nenhuma empresa está disposta a investir em gente escandalosa e que adora causar, pois esse perfil não parece nem um pouco produtivo. E mais: ignora o senso de coletividade ao desobedecer regras cuja punição acaba resvalando no grupo todo.
Nayara
É do tipo que gosta de expor as opiniões. No entanto, trata-as como se fossem verdades absolutas. É autoritária, tem um ar de superioridade que incomoda e, da mesma maneira que Lucas, fala uma coisa e age de forma totalmente contrária.
Exemplo: diz ser feminista, mas esquece a sororidade ao tirar sarro de outras participantes com uma certa frequência. Além do mais, tem mania de reclamar demais e agir pouco.
Patrícia
Tem como ponto a favor o fato de ser engraçada. Porém, faz a linha “Maria vai com as outras” e não só adora uma fofoca como aprecia aumentar a relevância das histórias que conta.
Paula
É forte e competitiva, fazendo a linha “sangue nos olhos”. Tem determinação e disposição, o que leva a se destacar entre oponentes mais passivos ou que preferem ficar em cima do muro. Entretanto, Paula gosta de usar a beleza e a sedução como armas, o que acaba gerando desconfiança.
Viegas
Tido como “planta” pelos telespectadores da atração da Globo, de fato, não é muito participativo e não se destaca entre os outros. Como se não bastasse a pouca iniciativa, ainda costuma se irritar quando suas palavras e atitudes são questionadas.
Em uma empresa, corresponde àquele funcionário que não aceita críticas e que reclama todo santo dia da situação, mas não move um dedo para melhorá-la.
Wagner
Pensativo, observador, tranquilo e meio misterioso. Assim é Wagner, que tem uma atitude meio dúbia em relação a Gleice. Em alguns momentos, age como se estivesse interessado nela, em outros, parece que quer usá-la como uma peça do seu jogo.
Esse comportamento pode ser facilmente compreendido, principalmente no meio corporativo (mas dentro da casa, também), como pouco confiável e dissimulado.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.