Assédio e violência sexual são maiores problemas de brasileiras, diz estudo
Quais as preocupações que mais tiram o sono das mulheres no Brasil? O assédio e a violência sexual, apontou uma pesquisa da Ipsos divulgada nesta quarta, 7, e realizada em 27 países.
Quase 20 mil pessoas foram ouvidas para o estudo na África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Grã-Bretanha, Espanha, EUA, França, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Peru, Polônia, Rússia, Sérvia, Suécia e Turquia.
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No ranking global, as três maiores preocupações listadas pelas mulheres foram assédio sexual com 32%; violência sexual, com 28%; e violência física, com 21%. No entanto, essa ordem se alterou no Brasil: violência sexual é o maior medo das brasileiras, com 47%; seguida de assédio sexual, com 38%; e violência física, com 28%.
Abuso doméstico é o quarto maior problema das brasileiras e de mulheres do mundo todo. Já a igualdade salarial é a quinta maior fonte de preocupação das mulheres ao redor do globo e a sexta no nosso país. Mas é a principal em países desenvolvidos como Alemanha, Suécia, Bélgica e Grã-Bretanha.
"Os números de estupros e casos de violência física são altíssimos e sabemos que grande parte não é reportada. Dados da nossa pesquisa apontam para uma sensação de impunidade por parte das mulheres, o que intensifica o medo – 61% das mulheres acredita que os relatos de assédio sexual são ignorados. Campanhas e manifestações crescentes na internet e na mídia, como #metoo, têm contribuído para que o tema ganhe visibilidade", afirmou Narayana Andraus, gerente da Ipsos, em comunicado à imprensa.
Expectativa versus realidade
O levantamento da Ipsos também comparou resultados da pesquisa com números oficiais de casos de violência, para entender o quanto a percepção das mulheres está alinhada à realidade.
As brasileiras acreditam que 59% das mulheres no país já foram vítimas de violência física ou sexual por um companheiro ou ex-companheiro em algum momento de suas vidas. Mas os dados oficiais indicam que o número é de 31%. "Por um lado, existe a extrema preocupação com o tema, o que contribui com uma percepção mais negativa. Mas, por outro, sabemos que nem sempre os casos são denunciados, o que pode levar também a um número oficial abaixo da realidade”, explica Narayana.
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