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Separei e voltei: mulheres contam como, anos depois, deram 2ª chance ao ex

Getty Images
Imagem: Getty Images

Letícia Rós e Rita Trevisan

Colaboração para Universa

06/04/2018 04h00

Elas foram casadas e viram a relação se desgastar com o passar dos anos. Se separaram e, mesmo depois de seguirem caminhos opostos aos dos ex, sentiram vontade de recomeçar. Sim, com ele.

A seguir, as mulheres que viveram essa experiência contam como conseguiram se livrar das mágoas, redescobrir a paixão e mudar o tom do relacionamento, para fazer dar certo.

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"Casamos de novo 10 anos depois da primeira vez"

“Quando me casei pela primeira vez, tinha 24 anos e estava grávida. Foi tudo muito de repente e acabei indo morar na casa da minha mãe com ele. Ficamos cinco anos juntos, mas a situação era difícil demais: a gente não tinha liberdade, nem estabilidade financeira, nem maturidade, não tinha nada! Acho que o problema não foi meu e nem dele, foi o momento e o jeito como a nossa história começou.

Depois de três anos separados, ele voltou a me procurar e começamos a sair e a namorar. Exatamente dez anos depois do primeiro casamento, nos casamos novamente: eu, toda de branco, e com as minhas filhas de testemunhas. E deu para fazer foto, festa, tudo o que a gente tinha direito.

Acho que o que fez a diferença, mesmo, foi o tempo, que permitiu que a gente crescesse, inclusive profissionalmente. Hoje, temos assuntos completamente diferentes, nossa rotina é outra. Mas, em nenhum momento, o sentimento deixou de existir. As condições externas agora são melhores e isso influencia muito".
Ana Rosa Tavares de Souza, 38 anos, biomédica

"Não ia aceitar apenas promessas"

“Nunca me casei, mas tive uma união estável durante 14 anos e, nesse período, meu companheiro acabou sendo preso. A distância prejudicou muito e, mesmo quando eu o visitava, ele não dava nenhum sinal de que queria mudar de vida. Isso me fez decidir terminar de vez. Estava triste e muito magoada. Mas não tive raiva dele. Um belo dia, depois de um ano e meio separados, ele pediu para ver os filhos e eu os levei até lá. Na hora, mesmo tendo passado um tempo longe, mesmo com tanto sofrimento, percebemos que o sentimento que nos uniu ainda existia.

Voltei com ele, mas coloquei como condição que ele realmente mudasse o comportamento, deixei claro que eu não ia aceitar apenas promessas. E ele vem se mostrando diferente mesmo, já faz um ano e três meses que recomeçamos. Ele está em regime semiaberto, voltou a trabalhar e é muito carinhoso comigo e com os filhos. A separação, na minha opinião, foi essencial para ele aprender, ele só aprendeu com a dor. Tivemos nosso sétimo filho agora e decidimos, finalmente, nos casar no papel. Posso dizer que superamos tudo de ruim que passamos".
Thuani Tabata da Cruz, 34 anos, esteticista

Cinco anos entre um casamento e outro

“Fui casada por 15 anos e, hoje, vejo claramente porque o casamento acabou. A gente corria demais, o tempo todo, com o objetivo de melhorar profissionalmente. A cada dia havia mais metas, mais horas extras, mais finais de semana comprometidos. Tive uma grande responsabilidade no desgaste do casamento, porque eu não tinha tempo para ele, nem para mim, só pensava na minha carreira.

Mas não esperava que após a separação eu fosse sofrer tanto. Foi bem difícil viver a vida sozinha, ficou um vazio que ninguém mais preencheu. Passaram-se cinco anos e, um dia, quando ele foi buscar o nosso filho em casa, o convidei para ir à igreja comigo. Ali começou uma nova história.

A gente já tinha outra cabeça, principalmente eu, que aprendi a dar valor para a família, para o casamento, para os filhos. Vamos fazer três anos de casados de novo e estamos completamente apaixonados, em sintonia, sem disputas dentro do relacionamento. Mudou tudo, não tem nem comparação.”   
Cláudia Santana Ribeiro, 42 anos, executiva comercial

"A melhor coisa foi a gente se separar"

“Meu casamento sofreu o impacto da chegada da primeira filha. Ficamos quatro anos casados e sem filhos e, com a mudança brusca na rotina, o relacionamento foi esfriando. Quando nossa filha fez dois anos eu descobri que ele tinha me traído. Nos separamos de forma amigável apesar disso, mas depois brigamos muito por causa da divisão dos bens, nossas ideias não batiam. Foi tão traumático que ficamos três anos separados.

Ele teve outros relacionamentos e eu também. Depois desse período, ficamos sozinhos e começamos a sair juntos, sempre para levar nossa filha para passear. Me surpreendi muito quando ele perguntou se eu queria voltar. Mas não tive dúvidas de que a resposta era ‘sim’.

Agora, já faz quatro anos que voltamos e acho que a melhor coisa foi a gente se separar. Recomeçamos de uma maneira completamente diferente, sabendo que estávamos prontos para ficar juntos e encarar uma relação de verdade. Se tivéssemos insistido, naquela época, teríamos colocado tudo a perder. O tempo nos deu a oportunidade de amadurecer e de superar todas as mágoas".
*Daniela Oliveira, 34 anos, vendedora

"Hoje somos muito mais carinhosos um com o outro"

“Fiquei casada por 12 anos, mas, com o tempo, o relacionamento caiu na rotina. Começamos a brigar e o que era indiferença virou raiva, o clima ficou muito pesado e, até para preservar o meu filho, que na época tinha quatro anos, resolvi dar um basta. Ficamos nove meses separados, mas acho que nenhum dos dois se adaptou à vida de solteiro novamente. Além disso, a cada dia longe a raiva que eu sentia dele diminuía.

Ele me procurou algumas vezes e, por intermédio de uma prima, resolvi conversar, para ver se valeria a pena dar mais uma chance. Nessa ocasião, tivemos um papo bem franco e eu falei tudo o que eu sentia. E teve outra coisa que pesou: o tempo que passamos distantes me fez valorizar muita coisa que, no relacionamento do dia a dia, eu nem percebia mais.

A gente também conseguiu ver que tinha parado de investir na relação e hoje somos muito mais carinhosos um com o outro. Isso é o que faz a chama do amor acender e permanecer acesa. Estamos juntos novamente há um ano e três meses, tivemos mais uma filha e posso dizer que somos muito mais felizes do que antes".
*Lidiane Fernandes, 32 anos, pedagoga

*Nomes trocados a pedido das entrevistadas