Depoimentos e vídeos explícitos ensinam mulheres a terem mais orgasmos
A nudez na internet ainda gera polêmicas. Ao mesmo tempo em que há uma enorme quantidade acessível de vídeos pornôs, muitos deles reforçando o machismo, as redes sociais vetam fotos que tenham mamilos ou nu frontal, chegando ao ponto de censurarem imagens de mulheres amamentando. Enquanto isso, a sexualidade feminina segue como tabu.
O projeto norte-americano OMGYES desafia esse cenário e inova ao lançar uma plataforma digital baseada em uma pesquisa sobre prazer sexual feminino. O objetivo? Ensinar as mulheres a terem mais orgasmos, com depoimentos reais e vídeos didáticos.
São 10 seções sobre as principais formas de estimulação do clitóris, como ritmo, insinuação, movimentos circulares e controle do orgasmo, e 50 vídeos de mulheres que mostram explicitamente variações de como gostam de se tocar e serem tocadas. O acesso completo custa 15 dólares e está todo traduzido para o português.
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A pesquisa foi realizada com mais de 2.000 mulheres entre 18 e 95 anos e está disponível aos assinantes. Os usuários podem praticar e receber feedback sobre o seu desempenho com as simulações interativas.
Segundo Sybil Lockhart, pesquisadora chefe do OMGYES, casais que exploram regularmente novas maneiras de aumentar o prazer têm cinco vezes mais chances de serem felizes em seus relacionamentos e 12 vezes mais chances de estarem sexualmente satisfeitos. Vale lembrar que, no Brasil, 55,6% das mulheres têm dificuldade para chegar ao orgasmo. Entre as causas, 67% responderam que têm dificuldade para se excitar e 59,7% sentem dor na relação. Enquanto isso, 40% não se masturbam. Os dados são do Projeto Sexualidade (ProSex) - USP, em pesquisa de 2016.
“O prazer sexual é uma das melhores partes de estar vivo. Acreditamos que as pessoas estão prontas para uma visão honesta e clara dos detalhes que fazem toda a diferença para experimentar um prazer maior”, diz.
A primeira temporada está centrada no toque da vulva e foi realizada com pessoas que se identificam como mulher. O site é indicado a todas as pessoas querem explorar o prazer, seja sozinha ou com seus parceiros ou parceiras. Metade do público hoje é homem.
“Ao tocar o clitóris, pequenas variações na pressão ou no ângulo podem parecer muito diferentes, por exemplo. O que uma mulher gosta pode ser doloroso para outra. A demonstração física de uma técnica aumenta enormemente sua utilidade. É como a diferença entre fazer uma aula de dança e ler sobre a dança: depois de ver o vídeo, não estamos mais no mundo abstrato”, explica.
Há poucas pesquisas sobre sexo como prazer enquanto estudos vêm sendo realizado sobre os benefícios para a saúde de outras atividades prazerosas, como exercício físico, meditação da atenção plena e alimentação saudável. Para a pesquisadora, no meio acadêmico ainda há muitos obstáculos nos estudos do prazer sexual. “É difícil obter financiamento a não ser que trate de disfunção, catalogue a experiência para tratar de fatores de risco ou problemas”, diz.
O projeto foi fundado há quatro anos em São Francisco, Califórnia, EUA, por Lydia Daniller e Rob Perkins, que se uniram a sexólogos e pesquisadores. A equipe pretende lançar uma segunda temporada para abordar temas como os diferentes pontos G (garantem que vão provar que existe mais de um), exploração de outras zonas erógenas no corpo e insights sobre novos tipos de toque que funcionam melhor para diferentes mulheres.
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