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Monica Benini ficou 33 horas em trabalho de parto e Otto nasceu em casa

Junior e Monica Benini durante o nascimento do primeiro filho, Otto - Lela Beltrão/Divulgação
Junior e Monica Benini durante o nascimento do primeiro filho, Otto Imagem: Lela Beltrão/Divulgação

Da Universa

03/05/2018 13h44

Após seis meses do nascimento de Otto, Monica Benini resolveu compartilhar detalhes sobre a chegada de seu primeiro filho com o músico Júnior Lima. Sem anestesia, a modelo ficou 33 horas em trabalho de parto e deu à luz em sua casa, acompanhada por uma equipe médica e pelo marido.

“Ele nasceu em nosso quarto, em frente à nossa cama. Permanecemos em nossa cama por muito tempo, ele aninhado em meu peito e o papai, que também acabara de renascer, nos abraçando. Nossa família, forte, unida, exalando amor. E eu inundada por ocitocina (hormônio que promove contrações musculares uterinas)”, relata Monica em seu site.

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Convicta do poder feminino e adepta de uma vida saudável e sustentável, Monica diz ter se entregado por inteiro e fez questão de se conectar com o bebê, com ele ainda dentro de seu ventre. “Nós conversamos, meditamos, dançamos. Ele no balanço leve do líquido amniótico e eu no movimento punk que é renascer para tornar-me mãe. Desde essa época que somos um só, falamos a ‘mesma língua’, existimos num uníssono ímpar e potente.”

Monica e Junior aguardaram Otto por cerca de 41 semanas. “Acredito no tempo das coisas, nos ciclos… e acreditei mais ainda nisso com ele em meu ventre. Respeitei o tempo dele. Hoje em dia, vejo que esse tempo também era o meu”, relembra ela que entrou em trabalho de parto no dia 30 de setembro de 2017, às 6h30. O filho veio ao mundo no dia 1º de outubro de 2017.

“Acordei com uma dor que se repetiu depois de quatro minutos e depois de mais três minutos e meio e assim seguiu. Mal podia acreditar que era meu corpo e meu bebê anunciando que estávamos prestes a nos conhecer. E era, realmente era. Avisamos nossa equipe e tomamos um gostoso, feliz e demorado café na cama. Lembro de ter começado o dia meditando, repetindo aquele ‘mantra’ (uma meditação guiada pela voz do amor da minha vida, que foi das ferramentas mais fortes durante meu preparo, na maior parte da gestação). Meditei para me conectar ainda mais com meu bebê e com as contrações poderosas que tomavam conta de mim. Preparamos a casa, preparamos o ninho para a festa que estava por começar.”

Comemoração

Junior e Monica Benini durante o nascimento do primeiro filho, Otto - Lela Beltrão/Divulgação - Lela Beltrão/Divulgação
Imagem: Lela Beltrão/Divulgação

A modelo explica que chama o momento de festa não só por ter sido o nascimento de seu filho, mas também porque decorou sua casa com flores, balões, velas, música, recados escritos em pedaços de papel para ler durante o parto, além de um tatame, uma piscina inflável, tecidos para segurar e bola de pilates. “Todo o arsenal que percebi, durante a gestação, que faria sentido estar comigo naquele momento.”

Júnior participou de todo o processo e Mônica faz questão de citar isso. “Ele, o melhor parceiro que poderia pedir aos céus, esteve ao meu lado em todos os momentos da forma mais linda, companheira e presente. Criou comigo uma atmosfera que era só amor.”

Às 21 horas, a doula contratada pelo casal chegou ao local para auxiliar no processo. “Bola de pilates, massagem na lombar, óleos essenciais. A dor era sempre vocalizada, como um mantra, e me lembrava da força que existia dentro de mim. Meditação, abraços, chuveiro, tatame, rebozo. À medida que a dor ia aumentando, ia mergulhando mais e mais no nosso infinito particular. Ali era eu e meu bebê, visitados gentilmente pelo papai. Ao abrir os olhos e sair, por alguns instantes, do nosso mundinho, vi que nossa equipe já estava quase completa. Todos prontos para trazer nosso menino, de forma segura, ao mundo.”

Um dia em trabalho de parto

“Mergulhada na piscina que montamos em meio à sala da nossa casa, percebi que já amanhecia. Já havia se completado quase 24 horas de contrações que iam e vinham, mais vinham do que iam. A dor nesse momento já possuía meu corpo de uma forma inexplicável, mas na mesma intensidade que ela vinha, minha concentração aumentava. Mas estava certa do que queria. Havia me preparado durante os nove meses para aquele momento. Eu e meu bebê estávamos bem. Naquele instante só precisava me conectar com todas as minhas forças internas, me preparar para a fase expulsiva que estava começando. ”

Durante esse tempo, Monica contou com o auxílio de uma equipe especializada em parto natural para realizar exames e ver se mãe e filhos estavam bem. 

Me sentia exausta, porém em um estado de nirvana inexplicável. Meu sonho de dar à luz ao meu filho em nossa casa estava se realizando de uma forma linda e intensa, como jamais pude imaginar.”

Momentos finais

“A fase expulsiva de um trabalho de parto é o momento em que nosso poder feminino se eleva ao máximo, e me permiti ser inundada por aquela força. As contrações eram muito, muito, muito intensas, e só pensava que, a cada uma delas, nosso bebê estava um pouquinho mais perto de nós. Assim seguiram-se mais sete horas. As três horas mais intensas de dor do meu trabalho de parto foram lavadas pela água morna que caía do chuveiro. Sentada em uma bola de pilates, deixava a água acariciar minha lombar enquanto, em silêncio, exercitava a respiração mais concentrada que já fiz em minha vida. O silêncio, e eu já imaginava isso, foi um santo remédio naquele momento. Escolhi passar por esse momento sem absolutamente nada de anestesia ou analgesia porque queria o viver por inteiro, sentia que era capaz e porque todas as minhas escolhas, desde o início, sempre foram pautadas pelo zelo máximo ao meu bebê.”

Junior e Monica Benini durante o nascimento do primeiro filho, Otto - Lela Beltrão/Divulgação - Lela Beltrão/Divulgação
Imagem: Lela Beltrão/Divulgação
“As últimas contrações foram sentidas em um banquinho, um aparato próprio para partos naturais. E assim, sentada, com meu marido abraçado em minhas costas, pude viver o momento mais inexplicável da minha vida. Entendi o significado do tal círculo de fogo assim que meu bebê coroou. Como dói, queima. E em mais uma contração ele estava em meus, em nossos braços. Eu, completamente exaurida, porém tomada pela melhor sensação desse universo, não conseguia acreditar no que estava acontecendo.”

“Demoramos quase uma hora para que, então, o papai cortasse o cordão umbilical, mas o cordão que nos uniu (mais ainda) naqueles dois dias jamais será cortado. Mal consegui chorar, mas meu peito fervilhava. Já naquele momento entendi perfeitamente que uma nova versão de mim nascera, muito mais forte, confiante e plena. É inacreditável o tamanho da força que brota depois de uma ‘prova’ dessas. Serei eternamente grata a mim mesma por ter encarado tudo com tanta vontade e entrega, ao meu marido, por ter elevado a minha força a todo instante, à minha equipe maravilhosa, extremamente competente e sorridente, as nossas famílias, por terem respeitado e acolhido nossas escolhas, e ao meu filho, por ter entrado nessa dança com a coreografia totalmente coordenada à minha. E assim seguiremos. Eternamente”, finalizou o texto, além de salientar que o relato é pessoal e não está ditando regras.

"Sou partidária do respeito a mulher, da informação de qualidade, da verdade, da responsabilidade com a saúde da mulher e do bebê. Assim teremos finais realmente felizes, seja a história como for", afirma Monica.