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O que é a síndrome de choque tóxico causada por absorventes internos

Um modelo de absorvente mentrual - Getty Images
Um modelo de absorvente mentrual Imagem: Getty Images

Marcos Candido

Da Universa

09/05/2018 04h00

Desde de 2017, a Anvisa exige que coletores menstruais tragam na embalagem um alerta para a “síndrome do choque tóxico” (SCT), uma infecção rara. O culpado desse cuidado redobrado, porém, foram os absorventes internos, causadores da maioria dos casos dessa síndrome entre mulheres.

A maioria dos casos, também considerados raros, são frutos do uso indevido de absorventes internos, geralmente, a sídrome é causada por quem usa o tampão além do tempo previsto pelo fabricante. Segundo especialistas, a probabilidade de coletores menstruais provocarem choque tóxico é extremamente baixa. Ainda assim, é preciso conhecer esse tipo de infecção.

"Metade dos casos [de síndrome] são ligados a coletores e absorventes internos e os outros 50% ligados à infecção de pele, pós operatório ou de qualquer cirurgia", explica o ginecologista e obstetra Nuno Nunes.

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Inicialmente, a síndrome pode causar febre, vômito e diarreia. O quadro pode evoluir para pés e mãos "descascando", comprometimento muscular, problemas gastrointestinais e insuficiência renal rápida e aguda nos casos mais avançados.

Afinal? O que é essa tal síndrome?

A SCT é causada por bactérias como a Staphylococcus Auereus, que resulta em febre, queda de pressão, vômito e diarreia. Também é possível sentir tontura, sofrer desmaios e ter dificuldade para respirar. O estágio mais avançado pode causar falência múltipla de órgãos.

No ano passado, o mundo se chocou com a história da americana Lauren Wasser, 29, que anunciou a perda de parte da perna direita pela síndrome há cinco anos. Ela e os médicos afirmam que o motivo foi o uso de absorvente interno.

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A modelo Lauren Wasser

Lauren, que se tornou ativista em prol da saúde das mulheres nas redes sociais, conta que ficou gripada no início. O quadro piorou e a modelo foi encaminhada ao hospital, onde teve uma parada cardíaca e entrou em coma. As complicações levaram a equipe médica a optar pela amputação e retirada do membro danificado durante o processo. Recentemente, Wasser comunicou que os médicos cogitam amputar a perna esquerda.

Mas calma!

O caso de Lauren foi o cenário mais agudo. Se utilizados de forma adequada, coletores e absorventes internos têm chances mínimas de causar a síndrome. Aqui vão umas dicas:

  • Cheque na embalagem do tampão/coletor quanto tempo se recomenda para fazer a troca;
  • Compre produtos de acordo com o seu ciclo;
  • Lave bem as mãos antes colocar o absorvente interno;
  • Alternar entre absorvente interno e externo. Dê preferência ao modelo externo na hora de dormir. Se for necessário o de uso interno, é necessário retirá-lo assim que acordar;
  • Apresentou sintomas relacionados à síndrome? Retire o coletor ou o absorvente interno na mesma hora e vá para o hospital.

(Fontes: Serviço Nacional de Saúde britânico; Anvisa; Nuno Nunes, ginecologista especialista do Hospital Sepaco; Publicação 'Síndrome do choque tóxico' da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo)

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