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Marca de dildo e produtos eróticos criada por mulheres foca no prazer delas

"Strapons" são comumente chamados de cintas penianas ou cintas caralho no mercado de produtos eróticos - @coletivoamapoa
'Strapons' são comumente chamados de cintas penianas ou cintas caralho no mercado de produtos eróticos Imagem: @coletivoamapoa

Natacha Cortêz

Da Universa

10/05/2018 04h00

Sabe aquelas histórias em que um consumidor descontente resolve botar a mão na massa e ele mesmo criar o produto que sempre quis comprar? Com a artista plástica Heloisa Etelvina, 36, e estilista Izabela Starling, 31, foi bem assim. Digamos que elas desenvolveram a cinta peniana dos seus sonhos, só que escolheram chamá-la por strapon -- a versão em inglês. "Ninguém merece cinta peniana. Strapon é um nome que combina mais com o nosso produto", diz Heloisa. 

Bem, strapons ou cintas penianas (esse, junto com cinta caralho, é o nome mais popular do produto) são acessórios, geralmente feitos de couro ou imitando couro, usados no quadril para segurar um dildo --ou um pênis de borracha se você achar melhor.

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Imagem: @coletivoamapoa

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Diante da falta de strapons confortáveis, bonitos e, mais, feitos de fato para o corpo e gosto das mulheres, Heloisa e Izabela desenharam calcinhas de tule e elástico com um recorte triangular propositalmente frontal para o encaixe perfeito de um dildo. A peça, que mais parece uma lingerie, e não uma cinto de castidade, é inédito no mercado e por isso mesmo deve ser patenteado em breve, conta Heloisa. A marca, que além de calcinhas também vende dildos desenhados pelas sócias, ganhou o nome de Pantynova

“Até quando a gente foi procurar fornecedor para desenvolver os strapons, encontrou dificuldades. Tudo que já havia era grotesco, grande demais, sem delicadeza alguma. E os dildos então?! Eram todos com cor de pênis, formato de pênis, veias e até saco. Imagina! Por que eu vou querer usar um saco?!”, diz ela, que até strapon em formato de cueca encontrou. “Mas né, eu não queria usar cueca. Não é porque uso um strapon que quero ser um homem.”

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Um dos dildos desenvolvidos por Heloisa e Izabela: "este é ótimo para quem quiser experimentar sexo anal, pois é mais fino"
Imagem: @coletivoamapoa

Depois de muito bater a cabeça nesse mercado, a empresária enfim entendeu o que havia de errado com os produtos existentes. “Das dezenas de marcas e fornecedores que visitamos, todos eram negócios tocados por homens. Ou seja, homens desenhando produtos eróticos para mulheres usarem”, explica.

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Imagem: @coletivoamapoa

Para a criação dos produtos da Pantynova, Heloisa e Izabela disponibilizaram na internet um questionário sobre strapons e dildos. 500 mulheres, lésbicas, heterossexuais e bissexuais, responderam. Com as calcinhas e os dildos prontos, elas enviaram a 100 dessas mulheres o conjunto para que fosse testado. Depois disso, os produtos puderam enfim ser comercializados.

“Nossa ideia não é apenas alcançar as lésbicas. A gente quer que as heterossexuais também queiram usar nossas peças com os seus parceiros. E tem funcionado. Nossas clientes têm todo tipo de orientação sexual.” A saber: calcinhas vão do P ao GG, mas é possível pedir tamanhos maiores sob encomenda.

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Além das strapons e dildos, o site da marca oferece vibradores importados (dos Estados Unidos, Japão e Alemanha) e produz conteúdo (podcasts, textos e histórias em quadrinho) de “tom libertário para mulheres ousadas”.

Sobre o futuro da Pantynova, Heloisa pensa longe: “Estamos desenhando novos protótipos de lingerie e dildos. Queremos expandir os negócios e alcançar mais mulheres. Quem sabe até ter uma loja física um dia”.