Botãozinho do prazer: você sabia que o clitóris tem glande e fica ereto?

Aquele "botãozinho" que a leva a sensações incríveis durante a masturbação ou quando outra pessoa estimula com os dedos ou com a língua é muito mais complexo e maior do que você imagina, sabia?

Para começar, é bom ter em mente que, na verdade, o clitóris tem entre 8 e 9 centímetros. A título de comparação, vale lembrar que um pênis em estado flácido, segundo um levantamento mundial publicado pela revista científica "BJU International" mede em torno de 9,16 centímetros.

Não podemos ver tanta "exuberância" porque boa parte do clitóris é interna, mas existem outras estruturas por trás do único órgão do corpo humano 100% dedicado ao prazer.

Função: dar prazer

Durante muito tempo foi difícil estabelecer uma função exata para o clitóris - se em pleno 2018 a sexualidade feminina ainda é um tabu para tantos, imagine pensar, em tempos remotos, num órgão tão "pecaminoso".

Publicada em julho de 1998 no "The Journal of Urology", a pesquisa de Helen O'Connell, portanto, é reveladora e muito útil. Em seus estudos, a médica contou com a colaboração de John Hutson, especialista em cirurgia de reconstituição genital, e analisou, por meio de autópsias, a estrutura do clitóris via microdissecção, que permite a identificação e separação de nervos e de pequenos vasos. Entre as principais descobertas destaca-se o fato de que a maior parte do clitóris se encontra no interior do corpo, algo que até mesmo a anatomia mais recente havia desprezado até então.

A estrutura

Ilustração clitóris
Ilustração clitóris Imagem: Reprodução

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O "botãozinho", tal e qual podemos ver, na verdade é a glande do clitóris e fica onde os pequenos lábios se encontram, bem acima da uretra. Essa glande tem um desempenho bem parecido com o do pênis.

Com o aumento do fluxo sanguíneo, a "cabeça" do clitóris fica ereta e dura como a de um pau. Quando você puxa bem a pele em volta da para ver a ponta ficar redondinha, e é essa parte mais inchada que e sensível ao toque que produz grandes efeitos - e grandes orgasmos - quando acariciada.

Além dessa parte externa, há três internas: os crus, constituídos de dois corpos cavernosos, que se unem e formam o corpo do clitóris - se você reparar bem na ilustração, o clitóris é mesmo bem parecido com um pênis. Existem também dois bulbos de tecido erétil - os chamados bulbos de vestíbulo - que descem ao longo da vulva.

Quando a mulher está muito excitada, esses bulbos se enchem de sangue e incham, tornando a uretra e o canal vaginal ainda mais sensíveis para o sexo. É por isso que quando você está louca de tesão sente não só o clitóris pulsar, mas toda a parte em volta também. E porque faz tanto sentido que a maior parte das mulheres chega ao clímax com estímulos clitorianos, não vaginais.

Pouco explorado

Embora ainda seja alvo de mistério e desconhecimento, a real "engrenagem" do clitóris foi desvendada pela urologista australiana Helen O'Connell, da Universidade de Melbourne, em Sydney, há vinte anos. Decepcionada com o fato de que os principais livros de referência sobre anatomia traziam menções bem superficiais sobre o clitóris, ela decidiu estudar o assunto por conta própria e descobriu que o órgão tem mais nervos e vasos sanguíneos do que se supunha, além de partes não visíveis.

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A palavra clitóris vem do grego "kleitoris", que significa pequeno monte, e nasceu na Grécia Antiga. Foi Hipócrates, considerado o pai da medicina, quem primeiro o mencionou em estudos. Para ele, a mulher também produzia esperma e só tinha chances de engravidar se alcançasse o orgasmo.

Ele sugeria aos maridos que estimulassem o clitóris de suas esposas com a finalidade de ter filhos. No século 12, Andreas Vesalius, médico belga chamado de "o pai da anatomia moderna" e autor do atlas "De Humani Corporis Fabrica", conseguiu identificar melhor com mais propriedade as primeiras impressões realistas dos órgãos reprodutivos femininos.

*Com matéria publicada em 12/5/2018

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