MPF denuncia cárcere privado de empregada doméstica no Rio de Janeiro
O Ministério Público Federal denunciou nesta segunda-feira (14) uma empresária brasiliense por manter a empregada doméstica presa na área de serviço de seu apartamento durante uma semana, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
De acordo com a denúncia, a patroa mantinha a vítima em regime de trabalho análogo à escravidão, descontando do salário supostas dívidas por compra de móveis e por objetos que a empregada teria quebrado enquanto limpava.
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A relação era marcada ainda por outros abusos, como xingamentos e até ameaças de morte: segundo o documento do MPF, a agressora dizia que "qualquer bandido aceitaria agredi-la por 50 reais ou matá-la por 100".
Com jornadas exaustivas, que chegavam a 17 horas de trabalho sem pausa para almoço ou descanso "a denunciada submeteu a vítima a servidão por dívida, proibindo-a de rescindir o contrato de trabalho (e deixar o local de trabalho) enquanto não pagasse", denunciou.
O ápice dos maus-tratos aconteceu em 2011, quando a empresária decidiu "castigar" a vítima proibindo a alimentação e circulação dela pelo apartamento até que adoecesse, depois de sete dias em cárcere privado. Na ocasião, a vítima ainda teve os dias de doença descontados de seu salário.
O caso foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro em 2014 e só agora chegou ao MPF. O processo corre em segredo de justiça - por esse motivo, os nomes da agressora e da vítima não foram divulgados.
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