Comissão da Câmara discute medidas contra assédio no esporte
Na noite desta terça-feira (15), deputados da Comissão do Esporte da Câmara e representantes de federações esportivas passaram quatro horas discutindo medidas para proteção de mulheres e crianças contra assédio.
Uma das principais pautas da sessão foi a cobrança para que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) colocasse em prática um pacto assinado em 2014, às vésperas da Copa do Mundo, contra exploração de crianças e adolescentes nos clubes esportivos.
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Na época, a CBF se comprometeu a cumprir 10 medidas para evitar, além do assédio, o tráfico de jovens atletas e categorias de base e escolinhas de futebol.
Dentre os principais pontos, estão o treinamento de professores, a criação de canais de comunicação para proteger as vítimas e, principalmente, a inclusão de normas e punições para casos de abuso sexual no regulamento interno – não só da CBF, como do Comitê Olímpico Brasileiro e outras confederações esportivas.
Walter Feldman, secretário-geral da CBF, criticou o documento (assinado pela Confederação, vale dizer), alegando que a instituição não pode se responsabilizar por todos os pontos colocados. Pressionado, sugeriu que o pacto fosse revisto e "adequado à realidade do esporte no país".
“Se aparecer um [caso de] assédio em uma escolinha, é responsabilidade nossa? Nós não temos condições de fiscalizar, mas talvez a prefeitura, a secretaria de Esporte, os conselhos tutelares, eventualmente os clubes esportivos locais tenham. Não dá para um pacto resolver isso", afirmou.
Por outro lado, o representante da CBF disse que a instituição está estudando impor que os clubes federados adotem as medidas propostas pelo pacto como condição para competir em campeonatos oficiais – medida que pode levar até oito anos para começar a valer.
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