Relacionamento a três intenso em todos sentidos: beijo, sexo e cumplicidade
As técnicas de enfermagem Thais e Yasmin, ambas de 23 anos, e o estudante de psicologia Leandro, 35, estão juntos há cinco anos. Eles sãos pais de Emilly e Isabela e se orgulham de formar uma família fora dos padrões. A seguir, cada um deles conta como é estar em uma relação poliamorosa.
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Leandro Jonattan da Silva Sampaio, 35, estudante de psicologia: “Conheci a Thais quando estava em outro relacionamento, ela se juntou a nós. Vivemos bons momentos juntos, mas por um desgaste natural acabamos nos separando de forma amigável, como acreditamos que os relacionamentos devem acabar.
Pouco tempo depois, conheci a Yasmin no meu trabalho, nos tornamos amigos e passamos a conversar sobre vários assuntos, inclusive poliamor. Decidimos marcar um encontro entre nós três e, a partir daí, ficamos juntos. Thais gestou Emilly, que hoje está com 5 anos e Yasmin engravidou de Isabela, a filha mais nova, de 3 meses. Mas as duas são mães das duas.
Dormirmos em uma cama modelo king size, que nos conforta bem. Temos boa dinâmica. Por exemplo, eu e Thais gostamos de ver filmes e séries de ficção, tipo de zumbis e outras coisas sobrenaturais. A Yasmin já gosta de séries médicas e de investigação, então, não nos acompanha nesses momentos. Em compensação, as duas se juntam para ver novelas e realities shows, que eu detesto. Aí elas têm o tempo delas e eu fico com as crianças. Encontramos o equilíbrio.
A gente brinca muito, elas pregam muitas peças em mim, no nosso relacionamento existe cumplicidade. Nossas brigas são raras, mas quando acontecem, nos entendemos na conversa. Choramos juntos, rimos juntos e nos amamos juntos. (Leandro)
Thais Souza de Oliveira, 23, técnica de enfermagem: “Eu nunca tinha pensado em formar um trisal, só conhecia dos filmes. Mas já tinha curiosidade de ficar com mulheres, embora achasse que nunca rolaria. O estalo veio quando conheci o Leandro e a ex-esposa, eles ficaram 11 anos juntos. Desse tempo, por três anos fomos um trisal.
O primeiro beijo foi com ele, mas logo em seguida nós três começamos a nos relacionar. Não senti receio algum, porque eles me passaram muita confiança. Era algo novo, porém me identifiquei e achei fácil a adaptação. Eu escolhi estar em uma relação poliamorosa.
Na época, a gente até ficava com outras meninas, os três juntos. Hoje estamos mais quietinhos, nossa relação atual é fechada. Quando o primeiro casamento acabou eu senti falta de uma terceira pessoa, mas não chegamos a buscar alguém novo. Simplesmente aconteceu. Conhecemos a Yasmin e os três se completaram. Nos apaixonamos e hoje este sentimento é ainda mais forte. Nos relacionamos a três em todos os sentidos: beijo, sexo, amizade, cumplicidade... tudo!
Ter mais de uma pessoa na relação facilita para administrar conflitos e também dividir atividades no dia a dia e as despesas. Às vezes estou brigada apenas com um deles e o outro vem para amenizar. Outro dia, por exemplo, a Yasmin sumiu com uma blusinha minha. Fiquei puta da vida porque estávamos indo à boate. Mas o Leandro chegou, nós conversamos, resolvemos e saímos felizes.
Quase tudo é bem organizado e cada um sabe seu papel. Mas quando há discussões geralmente é por motivo banal, tipo quem vai cozinhar aquele dia ou quem vai limpar a piscina. Não temos uma divisão exata de tarefas, mas eu e a Yasmin fazemos mais coisas em casa, porque ele trabalha e estuda e só volta para casa umas 23h. Entre nós, quando uma cozinha, a outra lava a louça. Cada semana uma fica responsável por lavar o banheiro e a última a acordar arruma o quarto. Tirar o lixo é tarefa do Leandro.
Em público nunca escondemos nosso afeto e nunca passamos por uma situação desconfortável. Agora andamos menos de mãos dadas, porque temos nossas filhas e temos que dar as mãos para a mais velha e segurar a mais nova no colo.
Hoje estamos em uma união estável, assinamos em um cartório no Rio de Janeiro. Procuramos pela internet e vimos que esse cartório já havia realizado uma união estável entre três mulheres. Entramos em contato e fomos recebidos de braços abertos pela tabeliã.
Não existe ciúme entre nós, estamos certos do que queremos. Às vezes passo mais tempo com ela, às vezes com ele e às vezes sozinha, quando os dois estão fazendo algo que gostam e eu nem tanto. É bem natural e saudável. (Thais)
Yasmin Nepomuceno da Cruz, 23, técnica de enfermagem: “Antes eu só tinha namorado a dois, então, quando conheci o Leandro e a Thais foi diferente, era algo que eu nunca tinha vivido. Mas eu me adaptei bem à relação. Estamos juntos há cinco anos e morando na mesma casa há quatro.
Os acordos ocorrem conforme as nossas necessidades e sempre estamos dispostos a conversar sobre eles, mas o principal é ter sempre comunicação e respeito, assim como em qualquer relação saudável. É preciso muito diálogo.
A minha família respeita a nossa relação, porém, não concorda. Já a da Thaís não aceita de forma alguma, nem temos contato com eles. A família do Leandro é a mais tranquila, eles agiram com naturalidade quando souberam. Com a nossa filha mais velha ainda não conversamos sobre ser um trisal, deixamos fluir de forma natural. Para nós, o mais importante é o sentimento que temos por elas, não damos peso para nomenclaturas.
Dormimos na mesma cama, mas não transamos apenas os três juntos, pode rolar entre casais também.
Os nossos desafios são os mesmos de um casamento monogâmico. Sabemos que para quem está de fora parece algo extraordinário, mas os dilemas, sentimentos e atividades corriqueiras são exatamente as mesmas das de um casal. (Yasmin)
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