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Repórter da Globo assume que é lésbica e denuncia assédio de ex-chefe

Há 15 anos na Globo, Nádia Bochi se sente privilegiada por saber que "é possível ser livre" - Reprodução/Instagram/@nadiabochi
Há 15 anos na Globo, Nádia Bochi se sente privilegiada por saber que "é possível ser livre" Imagem: Reprodução/Instagram/@nadiabochi

Da Universa

07/06/2018 13h20

Responsável pelos quadros "Tem Visita" e "Na Estrada" do programa matinal "Mais Você", a repórter Nádia Bochi usou o Facebook para falar sobre sua sexualidade e, de quebra, denunciar situações de assédio que sofreu em mais de 20 anos anos como jornalista. 

"Me reconheci lésbica numa época em que ser homossexual não tinha glamour", desabafou. 

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Nádia começa falando sobre a falta de representatividade lésbica no cinema e nas novelas nos anos 1990, quando começou a trabalhar na sede brasileira do canal HBO. 

"Lá [na HBO] descobri que era possível ser gay e viver fora do armário. Um quarto da redação era queer e esses meus colegas não só amavam pessoas do mesmo sexo, como falavam sobre seus afetos ali, entre uma pauta e outra, ao telefone, no almoço. Deveria ser assim para todo mundo!", lembra. 

A repórter disse ainda que se considera privilegiada por ter feito essa descoberta – de que "é possível ser livre" – aos 19 anos e, desde então, ter trabalhado em empresas com regras seguras contra preconceito e discriminação.

Ainda assim, Nádia viveu situações complicadas e chegou a sofrer ataques lesbofóbicos de um antigo chefe, cuja empresa preferiu não mencionar. 

"Ele insistia em, além de me beijar, questionar minha escolha de amar mulheres. Não permiti que o beijo acontecesse. E principalmente não deixei que aquele ato de violência colocasse em dúvida quem eu era", lembra Nádia. "Acreditem, quando isso acontece com uma mulher lésbica a violência é muito cruel porque além do ato ser machista é homofóbico". 

Há 15 anos na Rede Globo, Nádia afirmou que tem orgulho de andar de mãos dadas com a namorada e não se incomoda quando fãs param as duas para pedir uma foto – desde que seja com respeito, é claro. 

"Nunca tive que esconder, nem mesmo das pessoas mais preconceituosas minha orientação sexual e me encho de alegria em dizer que na maioria das vezes tenho sido respeitada por isso", finalizou.