Membro do balé inglês quer ser conhecido como "bailarina" e não "bailarino"
Quem assistir ao espetáculo de dança "A Bela Adormecida", produção do English National Ballet, em Londres, pode não perceber, mas uma das bailarinas entre as intérpretes das "damas da corte" é, na verdade, um homem. E é como bailarina (e não bailarino) que Chase Johnsey quer se destacar.
Aos 32 anos, o dançarino norte-americano é o primeiro homem -- pelo menos na história do balé moderno -- a interpretar um papel feminino em uma companhia internacional.
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"Estou tendo a grande oportunidade de ser eu mesmo no English National Ballet. Espero que essa seja uma conquista para todos nós [pessoas LGBT]", escreveu Chase, no Instagram, ao publicar uma foto caracterizado.
Ele, que se identifica como sendo de gênero fluido, mas prefere usar pronomes masculinos, disse ao "The Independent" que sua vivência queer o capacita para viver papéis femininos normalmente.
Antes de entrar no English National Ballet, ele fazia parte do "The Trocks", uma pequena companhia de dança composta apenas por homens, que faziam tanto papéis femininos quanto masculinos nos espetáculos.
"Mas eu quero ser visto como uma bailarina", explica.
Antes de receber o papel das mãos da diretora, Tamara Rojo, Chase Johnsey precisou se adaptar à forma física (perdeu quase dez quilos) e aos passos mais "femininos" para se misturar com as outras "damas da corte", personagens do espetáculo.
Além disso, o dançarino encarou alguns procedimentos cirúrgicos para diminuir aspectos "masculinos" de seu rosto.
Apesar de todas essas mudanças, o norte-americano esclarece que não quer se tornar uma mulher: "Eu encarei mudanças, diminui meu tamanho e danço com figurino feminino, mas sou um homem".
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