Farmacêutico se recusa a dar remédio de uso legal para mulher fazer aborto
Desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos algumas coisas estão andando para trás ao invés de progredir. E os direitos das mulheres é uma delas.
Nicole Arteaga, professora do estado de Arizona, nos EUA, usou suas redes sociais para compartilhar a história de que teve uma medicação, de uso legal, negada por um farmacêutico que possui crenças contrárias às suas sobre o aborto.
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“Esse post não é algo que eu estou acostumada a fazer, mas ontem à noite eu experienciei algo que nenhuma mulher deve ser obrigada a passar por, especialmente nessas circunstâncias ou em qualquer outra. Eu não pretendia contar para ninguém, a não ser da minha família, mas há dois meses fui surpreendida com a notícia de que estava grávida. Depois de um aborto feito anteriormente, meu médico estava me monitorando semanalmente. Infelizmente, na terça-feira, descobrimos que o desenvolvimento do feto tinha sido interrompido e seria necessário um aborto. O médico me deu duas opções: D&C ou medicação por prescrição. Eu optei pelo remédio”, começou Nicole.
“Ontem à noite fui até a farmácia Walgreens pegá-lo e tive meu pedido negado. Fiquei à mercê desse farmacêutico explicando a minha situação, enquanto eu estava ao lado do meu filho de 7 anos e outros cinco clientes. Tudo isso por causa de suas crenças éticas. Eu entendo que todos nós temos nossas crenças pessoais. Mas o que ele não entendeu é que não era isso o que eu queria. É algo com o qual eu não tenho controle algum. Ele não tem ideia de como é carregar uma criança por nove meses e no fim ser incapaz de tê-la. Se você passou por um aborto espontâneo, você conhece a dor e o desgaste emocional que pode ser. Deixei a Walgreens em lágrimas, envergonhada e me sentindo humilhada por um homem que não sabe nada sobre minhas lutas, mas sente que é seu direito negar a medicação receitada a mim pelo meu médico. Não sei como a empresa guia seus funcionários, mas eles estão fazendo isso de uma forma com que eles possam negar às mulheres o direito de controle da própria natalidade. Compartilho esta história porque desejo que nenhuma outra mulher tenha que passar por algo assim quando está vulnerável e sofrendo”, concluiu.
Vale reforçar que em Arizona, além de outros seis estados nos EUA, é legal um farmacêutico negar uma prescrição médica se isso for contra suas crenças religiosas ou morais. Ou seja, assim como nesse caso (e inúmeros outros que poderão a vir acontecer) um homem pode decidir o que a mulher deve fazer com seu próprio corpo com base no que ele acredita.
A necessidade de uma mudança é mais do que imediata.
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