"A pressão pelo corpo perfeito me fez ficar viciada em cirurgias plásticas"
Os problemas com o espelho começaram na adolescência, mas, ao engatar a carreira de modelo, a pressão pelo corpo perfeito cresceu muito. Além de se submeter a diversos procedimentos invasivos e de alto risco, a ex-modelo Luciane Hoepers, 35 anos, também sofreu de anorexia e bulimia. Hoje, se considera curada. “Minha última cirurgia foi há seis meses e agora mudei totalmente o meu foco”, diz. Acompanhe, a seguir, o relato completo.
“Quando criança, eu era uma menina muito bonita, com grandes olhos azuis, sorriso bonito, acostumada a ouvir elogios o tempo todo. Mas, na adolescência, passei pelo período de patinho feio. Engordei, saíram espinhas e sofria muito bullying no colégio. Era chamada por vários apelidos e minha vida se tornou um pesadelo.
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Naquela época, não tinha outra alternativa senão aceitar as brincadeiras degradantes, mas já comecei a procurar na internet métodos de mudar isso e, logo aos 18 anos, fiz a minha primeira cirurgia plástica. Tinha amamentado meu filho e queria corrigir as mamas, então, coloquei 220 ml de silicone.
Logo depois, fiz minha primeira rinoplastia, porque achava meu nariz torto. Mas a verdade é que cirurgia plástica vicia, assim como tatuagem e academia. E ficou pior depois que eu virei modelo e passei a viver da minha imagem. Acabei sofrendo de anorexia e bulimia, também.
Fui fazendo uma cirurgia atrás da outra e, até hoje, foram 16: duas rinoplastias, quatro lipoaspirações, cinco trocas de próteses mamárias, dois liftings faciais, uma orientalização dos olhos, uma bichectomia e um aumento de bumbum com gordura corporal. Em um ano, cheguei a fazer três cirurgias. Nunca tive problemas com o resultado delas, mas com a minha irresponsabilidade por não tomar os devidos cuidados no pós-operatório.
Ainda trato uma bactéria muito resistente que permanece em meu corpo, enfraquecendo minha imunidade. Ela foi adquirida quatro anos atrás, em uma das minhas operações. O risco de fazer cirurgias plásticas é grande e sempre tive a ciência disso, mas fui irresponsável pelo mesmo motivo que muitas meninas que vivem da aparência são: era uma busca frenética para me destacar na concorrência.
Sei que isso levou a uma verdadeira obsessão, seria hipocrisia não reconhecer. Mas, agora, meus objetivos mudaram e decidi atuar em outra área profissional, como gerente financeira, e não preciso mais expor meu corpo. Também tenho minha família, meu marido e mudei totalmente o meu foco. Por isso, não pretendo fazer mais nenhum procedimento invasivo e nem penso em assumir um risco tão grande novamente. A última intervenção foi há seis meses”.
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